domingo, 14 de fevereiro de 2010

MEMÓRIA GENÉTICA

Sempre achei mais sensato não definir raça pela cor;por isso me defino dentro de multi-etnia.Existe algo que os cientistas chamam de memória genética,ou seja,cada um de nós,trás consigo,hábitos,talentos,preferências,costumes,de antepassados,que nem mesmo sabemos de suas existências e origens.Foi esta memória genética,que me fazia gostar de me vestir,me maquilar e usar adereços que não eram moda,que não era de costume familiar;e o mais intrigante era dançar sozinha,a dança flamenco,e saber dedilhar as castanholas só com os mãos...
Tempos atrás,pesquisando a genealogia da família paterna,as peças de um quebra-cabeça começam a se juntar.Minha bisavó,chamava-se Guilhermina Gamboa ,oriunda da colônia de Navarra,na Espanha;esta família ,imigrou para o Brasil,se estabelecendo no Estado de Pernambuco.Minha "bisa",casou-se com um brasileiro,da família Sousa,cujo sobrenome é o do meu pai:José Alves de Sousa.O sobrenome Gamboa,foi suprimido pelo Sousa e tudo(mas não tudo,foi se perdendo no tempo.Havia,ainda,o possível preconceito,de que muitos espanhóis que migraram para o Brasil,eram ciganos,que eram mal vistos,como sendo ladrões,charlatães,sem pátria,agoreiros,devido a QUIROMANCIA(o dom de ler o destino pela palma das mãos),sendo este dom,presente somente nas mulheres...MAS A NATUREZA SEGUE SEU COMPASSO;nasci,sem o perfil físico como tem minhas irmãs,porém,guardiã,na alma,nos costumes e tradições da minha bisavó.Quando saio á rua com rosas nos cabelos,lábios rubros,bijoterias e roupas coloridas;me sinto carregando em mim,toda graça,toda força,toda magia das minhas antepassadas.As pessoas ao me verem de moda urbana,me perguntam pelas rosas no cabelo...Ainda danço em volta de uma fogueira imaginária,minha intuição é muito aguçada(dispensa explicar).Na sala de visitas da minha casa,há uma tela que chama sempre atenção de quem vem a minha casa,pela primeira,segunda,ou várias vezes;trata-se de minha foto cigana-espanhola,tirada quando eu desconhecia essa ancestralidade.
Santa SARA KALI,rogai por mim,rogai por nós.

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