sexta-feira, 2 de outubro de 2009

ORFEU E O SURGIMENTO DO ORFISMO

A perda irreparável de sua amada,tornou Orfeu triste a amargo...Posteriormente deu origem ao Orfismo, uma espécie de serviço de aconselhamento baseado na doutrina espírita, ele ajudava muito os outros com seus conselhos , mas não conseguia resolver seus próprios problemas, até que um dia,furiosas por terem sido desprezadas, um grupo de mulheres selvagens chamadas Mênades caíram sobre ele, frenéticas, atirando dardos. Os dardos de nada valiam contra a música do lirista, mas elas, abafando sua música com gritos, conseguiram atingi-lo e o mataram. Depois despedaçaram seu corpo e jogaram sua cabeça cortada no rio Hebro, e ela flutuou, ainda cantando, "Eurídice! Eurídice!"

Chorando, as nove musas reuniram seus pedaços e os enterraram no monte Olimpo. Dizem que, desde então, os rouxinóis das proximidades cantaram mais docemente que os outros. Pois Orfeu, na morte, se uniu à sua amada Eurídice.

Quanto às Mênades, que tão cruelmente mataram Orfeu, os deuses não lhes concederam a misericórdia da morte. Quando elas bateram os pés na terra, em triunfo, sentiram seus dedos se espicharem e entrarem no solo. Quanto mais tentavam tirá-los, mais profundamente eles se enraizavam. Suas pernas se tornaram madeira pesada, e também seus corpos, até que elas se transformaram em carvalhos silenciosos. E assim permaneceram pelos anos, batidas pelos ventos furiosos que antes se emocionavam ao som da lira de Orfeu, até que por fim seus troncos mortos e vazios caíram ao chão.

Algumas interpretações deste mito, dizem que as pessoas que se dedicam a ajudar os outros, (Psicologia, psiquiatria, assistente social e até mesmo aqueles que fazem muita caridade), são pessoas que reconhecem que sofrem ou sofreram algum problema grave e agora buscam estas áreas tentando evitar que os outros, sofram o que eles sofreram, ou seja, é aquele que cura mas que não consegue se auto curar.Dizem ainda que no fundo essas pessoas estão se auto enganando, pois evitar que os outros sofram, não vai apagar o que eles mesmos sofreram.

(Enciclopédia Livre)

ORFISMO E CRISTIANISMO

O homem é espírito e matéria. Todos sentimos em nós esse dualismo. A matéria é
perecível, o espírito, imperecível. Que é imperecível deduz-se pelo fato de o homem ter ínsito
em si o tríplice desejo de vida, verdade e amor, certamente irrealizável aqui, mas como a
natureza não se engana, há que realizar-se alhures, em outra forma de vida.
A matéria arrasta o homem para o visível, para o sensível, para a terra, para satisfazerse
aqui e agora. A honra o seduz; a fortuna, a posse, o prazer o atraem, mas, se ele os tem, não
se sacia, continua desejando, ciente, contudo, da finitude da vida. Que adianta ter tudo, se um
dia vai perder tudo. Há momentos em que ele se sente invadido pela angústia; um temor
esquisito se apodera dele, mesmo quando não há razão aparente.
Acompanha-o por toda parte e sempre a sede de felicidade, mas felicidade é gozo da
verdade. Pode-se encontrar quem queira enganar os outros, mas ninguém que queira ser
enganado. A verdade encontra-se no cultivo do próprio interior. É a vida interior que torna o
homem mais humano, mais livre, mais senhor de si. Distanciando-se da vida interior, o
homem distancia-se da verdade, da felicidade. Sempre podem-se encontrar pessoas muito
ricas e infelizes e pessoas pobres relativamente felizes. Quantos desfrutam de todos o
prazeres, mas em seu íntimo sentem-se vazios. O filósofo cristão Agostinho criou uma frase
que exprime bem o que o homem realmente procura: Ad Te Deus nos fecisti et irriquietum est
cor nostrum donece requiescat in Te1.
Em todos os tempos e em todas as partes da terra, homens se preocupam com seu
destino e procuram conhecer o sentido da vida, e há os que, não satisfeitos de cuidar de si,
preocupam-se com os outros e dão início a uma religião ou a movimentos religiosos,
apontando a felicidade e como fazer para alcançá-la.
Religião é relação do homem com a divindade. A religião do homem primitivo era
uma religião anímica: animais, plantas, montes, fontes, forças da natureza eram para ele como
que divindades.
1 Santo Agostinho. Confissões I, 1,1: Fizeste-nos, Senhor, para ti e inquieto está nosso coração
enquanto não repousar em tiAs grandes religiões que conhecemos são o cristianismo - com suas várias
denominações, o judaísmo, o islamismo, o budismo. Todas tiveram o seu fundador.
Na Grécia antiga praticava-se a religião dos deuses olímpicos, o culto a Dionísio, deus
Baco, a religião de Elêusis e a religião órifica, o orfismo.
Dante Tringali considera o orfismo como uma das mais importantes religiões da
humanidade, uma religião completa, bem organizada... com sua dogmática, sua moral, sua
ascese, sua mística e sua liturgia; considera também que há relações e analogias entre o
orfismo e o cristianismo2.
Tem-se a Orfeu como fundador do orfismo.
Sobre ele nada se sabe. A primeira referência a ele é feita pelo poeta Íbico de Régio
que diz ser Orfeu um nome famoso – onoma klyton. Sobre Homero também nada se sabe, mas
pelo menos atribuem-se-lhe duas epopéias, e sete cidades disputam a honra de ser sua pátria:
Smyrna, Chios Colophon, Salamis, Rhodon, Argos, Athenae
Orbis de Patria certat, Homere, tua.
Por ser o orfismo uma religião popular e por nada se saber sobre seu fundador, a não
ser o nome, criaram-se lendas mirabolantes em torno dele, passando a ser ele apenas uma
figura lendária, mítica. Sua mãe foi uma musa, Calíope, seu pai um rio da Trácia, Oeagro, e
sua esposa, a ninfa Eurídice. Tendo esta morrido, ele desceu ao Hades para reavê-la e,
encantando os ínferos com sua música, conseguiu que ela o acompanhasse de volta à vida,
mas perdeu-a definitivamente por ter olhado para trás, desatento ao interdito; participou da
expedição dos argonautas - lenda que o coloca bem antes de Homero – foi devorado pelos
Titãs, mas, renascido foi, por fim, esquartejado pelas bacantes.
Essas criações, principalmente sua Katábasis ao Hades, e outras mais fazem dele um
herói, e seu contato, sua experiência com o outro mundo, tornou-o um sábio capaz de ensinar
os mistérios da vida. Todas elas têm, afinal, um significado mítico.
Na mitologia, o herói nasce de uma divindade e de um ser humano. Deve passar por
ritos iniciáticos e se consagra como herói enfrentando muitas provações e, ao final, uma morte
violenta.
Quem consegue ir ao mundo do além e voltar torna-se sábio, é apto a instruir, orientar,
ensinar. Quem consegue voltar do caminho sem volta, não é mais tão-somente humano3 .
De qualquer forma, houve um homem que deu início ao orfismo e foi certamente um
homem de grande valor, recebeu um nome que se tornou famoso, foi um teólogo, um herói,
um poeta, talvez um excepcional músico e cantor. Isso é algo que se pode aceitar.
Se o que se diz sobre Orfeu são criações míticas para fundamentar e valorizar
ensinamentos, o orfismo foi uma religião histórica, popular e teve muitos seguidores, mas dáse-
lhe importância exagerada.
Existem muitas obras poéticas sob o nome Orfeu; há os hinos, os argonáuticas, os
líticas. Com base nessas obras e através de Píndaro, Eurípedes, Platão..., pode-se chegar a
conhecer algo da fase primitiva do orfismo. Na fase antiga, circulavam algumas teogonias
ditas órficas. O neoplatônico Damásio fez uma resenha delas em seu escrito Perì tòn próton
archón. Muito conhecido foi o poema em vinte e quatro cantos, hoje conhecido com o nome
Teogonia rapsódica. O que se sabe sobre esses cantos permite conhecer, em seu aspecto
formal, algumas derivações hesiodeas. Trata-se da criação do mundo, em que se misturam
cosmogonia e teogonia.
Os Titãs haviam despedaçado e devorado Zagreu, o primeiro Dionísio, mas, Júpiter,
com seus raios, o transformou em cinzas, da qual nasceu o homem que traz em si o elemento
divino, dionisíaco, e o elemento mau, titânico, terreno, por isso os órficos tinham uma
concepção pessimista da natureza humana. E, com alguma segurança, podem se situar, já no
sexto século, os traços essenciais dessa lenda, desses ensinamentos. É a partir dessa lenda que
se desenvolvem as concepções da natureza e da alma, muito diversas das de Homero. A alma
contém a verdadeira essência do homem, o elemento divino. Após a morte, a alma não é
apenas uma sombra reclusa no Hades (Homero), mas, de acordo com sua vida pregressa, ela
vai para a Ilha dos Bem-aventurados ou sujeita-se à transmigração ou submete-se a castigos,
que para alguns autores são eternos, para outros, não.
Píndaro, na II Olímpica, faz referência a essa crença e, visto dirigir-se a Terão de
Agrigento, seguidor da doutrina órfica, bastante difundida na região (demonstram-no as
lâminas de ouro da Itália meridional chamadas passaportes dos mortos – Diels -, que eram
colocadas nas tumbas dos mortos da seita e deviam ajudá-los a encontrar o caminho certo do
além: sejas bem-vindo, tu que caminhas pela estrada da direita em direção às campinas
sagradas e ao bosque de Perséfone...), é bem provável que a crença a que ele se refere seja a
órfica. Com base nesse escrito, pode-se supor que os órficos cultivassem a crença numa vida
feliz além-túmulo ou em sucessivas reencarnações, e que se esforçassem por purificar a alma
para que assim ela pudesse livrar-se do peso do corpo, libertando o divino da prisão.
Além dos escritos teogônicos, contam-se ainda os carmes de purificação e uma
katábasis, ou descida de Orfeu aos ínferos.
Como membros de um movimento de profunda religiosidade, os órficos formavam
grupos, faziam reuniões, ouviam instruções sobre os ensinamentos e praticavam ritos
diversos.
Quanto ao orfismo e, em especial à doutrina da transmigração, não se pode precisar a
origem. De qualquer forma, o desenvolvimento do orfismo se deu no mundo grego. Mas, por
serem escassos os escritos órficos e pouco se saber sobre ele não se pode sobrevalorizá-lo.
É interessante acrescentar o que escreve Tringali: os órficos acreditam num pecado
original coletivo, na existência do elemento titânico, o corpo, de que se devem libertar... os
homens se distinguem pela virtude... o corpo é perecível, a alma, imortal, preexiste e
sobrevive ao corpo e se destina a um lugar feliz ou a um lugar de penas ou a reencarnações
sucessivas. Da crença na transmigração deduz-se o vegetarianismo.
Como eram devotos de Dionísio tinham momentos de êxtase, mas individualmente,
não coletivamente como os dionisíacos. O orfismo abarcava a vida integral do homem, tinha
sua ascese e seu culto, principalmente a iniciação. Influenciou a filosofia e deixou marcas na
poesia. Mais afinidades tem Platão com o orfismo e mais relações há entre o orfismo e o
pitagorismo. O homem é um composto de corpo e alma. A alma, centelha divina, é prisioneira
do corpo; há reencarnação, pratica-se a purificação; há um destino eterno. Tanto os órficos
quanto os o pitagóricos respeitavam os animais4.
Atribui-se importância exagerada ao orfismo, atribuem-se analogias e relações com o
cristianismo. Se há alguma analogia entre ambas as religiões, ela existe certamente no
dualismo corpo - alma e no antagonismo entre aquele e esta, pregado pela filosofia platônica e
abraçado por Santo Agostinho; existe mais ainda na crença na imortalidade da alma,
diferindo, no entanto, uma da outra quanto ao destino do corpo. Para o orfismo o corpo,
cárcere da alma, é por ela abandonado na morte e segue seu destino, a corrupção,
simplesmente torna-se pó.
O cristianismo, referindo-se ao corpo, diz: memento homo quia pulvis es et in
pulverem reverteris5 – lembra-te, homem, que és pó e ao pó voltarás -, mas prega que também
o corpo ressuscitará.
Para o cristianismo o corpo não é titânico, proveniente do mal, mas companheiro e
instrumento da alma, é criatura de Deus e é sagrado: não sabeis que sois o templo de Deus e
que o espírito de Deus habita em vós?6 O próprio filho de Deus assumiu o corpo humano e o
elevou ao céu.
Mas, dirá alguém:
Como ressussitam os mortos? Com que corpo voltam eles? Insensato! O que
tu semeias não retorna à vida se não morrer e o que tu semeias não é o
corpo que virá um dia (não é a planta que surgirá) mas um simples grão...Há
corpos celestes e há corpos terrestres... Semeia-se corpo animal, ressussitase
corpo espititual; o primeiro homem tirado da terra é terreno, o segundo
vem do céu7.
Mas, o que há de mais comum entre ambas, como entre todas as religiões, é que todas
pregam o bem, a felicidade do homem, e que o homem deve relacionar-se com a divindade.
No entanto, entre o orfismo e o cristianismo há uma distância incomensurável. O deus
do orfismo é Dionísio, mas os órficos certamente reconheciam outras divindades, ao passo
que o Deus do cristianismo é o Deus revelado, Deus único, é a Santíssima Trindade.
Distância inigualável entre o cristianismo e o orfismo há ainda quanto à reencarnação.
O orfismo afirma-a, o cristianismo a repudia totalmente. Cristo jamais falou de reencarnação,
ele só pregou ressurreição:
Et quemadmodum statutum est homnibus semel mori, post hoc autem
judicium – e como está decretado aos homens morrer uma só vez, depois
disso, o juízo8.
Distância infinita existe entre ambas as religiões em razão dos fundadores. Quem é
Orfeu? Quem é Jesus Cristo? Sobre Orfeu já ouvimos; quanto a Cristo, ele é homem
verdadeiro, bem situado na história, e é também verdadeiro Deus.
O que dizem os evangelhos sobre ele, o que ele falou e ensinou, como foi sua
passagem por este mundo prova sobejamente que ele é Deus.
Vejamos: suas parábolas, por exemplo, o filho pródigo, o bom pastor..., o sermão da
montanha, como superou em todos os enfrentamentos os chefes do povo de Israel. Eles
queriam apanhá-lo com alguma cilada para condená-lo à morte:
- Mestre, é lícito pagar imposto a César?
- Mostrai-me uma moeda. De quem é a imagem e inscrição?
- De César, respondem.
- Daí, então, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus9.
- Mestre, apanhamos esta mulher em adultério. A lei manda apedrejá-la.
Que dizes?
- Atira a primeira pedra quem estiver sem pecado.
Ninguém teve coragem de fazê-lo, lendo o que ele escrevia no chão. E ele
voltando-se para a mulher disse:
- Ninguém te condenou?
- Ninguém, Senhor.
- Nem eu te condeno, disse Jesus. Vai em paz e não tornes a pecar.10
Após a ressurreição, soprando sobre eles disse: Recebei o Espírito Santo, aqueles, a
quem perdoardes os pecados, serão perdoados11.
E, ao ladrão, na hora da morte disse: Ainda hoje estarás comigo no paraíso12.
Nenhum sábio, nenhum filósofo, nem um fundador de religião ensinou o homem a
dirigir-se a Deus chamando-o de Pai. Somente ele o fez, ensinando a mais bela, a mais sábia,
a mais completa oração.
E mais, ele proferiu palavras inauditas sobre si mesmo:
Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá
eternamente; e o pão que eu darei é a minha carne pela vida do mundo
Puseram-se, então, os judeus a altercar entre si dizendo: Como pode ele darnos
a comer a sua carne? Jesus disse-lhes: Em verdade, em verdade vos
digo: se não comerdes a carne do filho do homem e não beberdes o seu
sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe meu
sangue, tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no ultimo dia...
Muitos dos seus discípulos depois de ouvirem tais palavras disseram: É dura
tal linguagem, quem pode escutá-la?13
Por isso, perguntou Jesus aos doze: Também vós quereis partir? Respondeulhe
Simão Pedro: Para quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida
eterna...
E o que disse ao sumo sacerdote no momento em que este solenemente lhe perguntou:
És o Filho de Deus? Ele respondeu claramente: Eu o sou.
Que homem diria tais palavras, palavras cujo sentido ultrapassa toda a capacidade
humana, sem ser considerado um desvairado? Ele, porém, as disse com a autoridade de quem
as pode dizer.
Como enfrentou o martírio. Momentos antes da prisão, suou sangue. Depois de uma
noite de tortura tomou a cruz em seus ombros e todo cheio de chagas e coroado de espinhos
fez a caminhada até o Monte Calvário.
Durante três horas, em intermináveis segundos suspenso na cruz, com as mãos e os pés
perfurados, suportou o martírio com total domínio da dor, mantendo toda a lucidez de espírito
e proferindo palavras distintas e plenas de sentido.
Nesses momentos supremos de sua paixão, proferiu palavras que nos fazem pensar. Às
mulheres que choravam por vê-lo em tanto sofrimento: Não choreis por mim. Chorai por vós
mesmas e por vossos filhos15. E , ao ser pregado na cruz: Pai, perdoai-lhes porque não sabem
o que fazem16. E dando por encerrada a sua missão, dirigiu-se ao Pai: Pai, em tuas mãos
entrego o me espírito17. E finalmente, dando um alto brado, disse: Consumatum est 18. E
trevas cobriram a terra.
Que homem seria capaz de suportar tão grande martírio com total domínio sobre a dor
e total controle de suas emoções?
Já houve quem dissesse que tudo isso, tudo o que consta nos evangelhos, não passa de
criações cerebrinas, como se alguém fosse capaz de tais criações. Nem os maiores sábios
seriam capazes de elaborar o que está contido nos evangelhos, máxime certas frases ditas por
Jesus, as quais seriam um completo absurdo proferidas por alguém que não fosse ele. Ele,
porém, teve autoridade para dizê-las.
Reconhecem os racionalistas que Jesus teve a inteligência mais sublime que um ser
humano pode ter, que ele criou o ensinamento mais perfeito para a humanidade, que ninguém
será capaz de compreender, de conhecer, em profundidade, suas sentenças e parábolas, que
ele foi de absoluta perfeição moral, de conduta delicada, que se conduziu na vida com toda
humildade, mas também com soberana autoridade, que suportou os sofrimentos mais atrozes,
todo ódio, ofensa, com completo domínio sobre si, que foi perfeito na inteligência e na moral,que foi a alma mais bela que já existiu, que é mais que homem, que há entre Ele e nós uma
distância insuperável.
Escreveu Rousseau: Se a vida e a morte de Sócrates são de um sábio, as de Jesus são
as de um Deus19.
Renan o coloca no mais alto cimo de grandeza humana, como princípio inesgotável de
conhecimento moral20.
Dizem e pensam tudo isso sobre Jesus os racionalistas, mas não o reconhecem como
Deus, o que é o mesmo que afirmar uma coisa e ao mesmo tempo negá-la. Dizendo ser Jesus
inatingível por qualquer homem na inteligência, na moral, no domínio sobre si mesmo, ser
perfeito em tudo, mas não aceitar o que ele disse sobre si mesmo é o mesmo que tê-lo por
paranóico, por impostor, pois, ele afirmou repetidas vezes que é o Filho de Deus, que existe
antes de Abraão, que é mais que Salomão e chegou a ameaçar de condenação quem não
acredita nele, que tem todo poder no céu e na terra e que virá no dia do juízo julgar toda a
humanidade. Diante disso, devemos dizer que eles é que são insensatos. Jesus Cristo é
realmente o Filho de Deus e o cristianismo é uma religião divina.
A maioria dos homens, no tocante à religião, ainda hoje dependem da razão, não têm
clareza sobre aquilo que realmente interessa saber: de onde vêm, para onde vão, qual o
sentido da vida, de onde vem o universo.
Ao passo que os cristão sabem, pela revelação, que Deus é o princípio e o fim de tudo,
que a lei máxima que garante a felicidade do homem é: amar a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como cada um se ama.
A teologia cristã está contida no credo niceno-constantinopolitano, ato de fé na
revelação – mesmo as igrejas cristãs que não o adotam aceitam o que nele se afirma: há um só
Deus, ser supremo, criador da terra e de tudo que nela existe, dos bilhões e bilhões de estrelas.
Jesus Cristo é o enviado do Pai, gerado e não criado. Ele veio para libertar o homem do jugo
do pecado e para orientá-lo rumo à eternidade feliz. Ele veio ao mundo nascendo como
homem do seio de Maria. Ele é Deus como o Pai, natureza divina desde toda a eternidade,
Verbo de Deus, que assumiu no tempo a natureza humana; é, portanto, verdadeiro Deus e
verdadeiro homem, uma pessoa, a divina, em duas naturezas. Há também o Espírito que
procede do Pai e do Filho, Deus como o Pai e o Filho. Em Deus, há, pois, três pessoas, ou82
Deus é uno em três pessoas, é o mistério dos mistérios. Tanto dista da mente humana, quanto
dista o nada do tudo.
Não se pode comparar o átomo em grandeza com o universo. Não pode o homem, um
ser tão pequeno como um grão de pó, perdido no universo, pretender compreender Deus que é
simplesmente infinito, que é infinitamente maior do que tudo que sabemos, e de tudo que não
sabemos. O mistério da Trindade é por isso artigo de fé, não da compreensão do ser humano.
Para coroar a crença na Trindade, na vinda de Cristo ao mundo para redimir o homem
do pecado, o cristão crê firmemente na ressurreição e na vida eterna. São esses os
ensinamentos, e para ajudar a manter a fé nesses ensinamentos revelados e a esperança na
vida eterna e assim crescer no amor a Deus e ao próximo e manter-se no caminho que o leva à
felicidade, a sua plena realização como ser humano propõe-se a leitura e meditação da Bíblia,
especialmente o Novo Testamento, conjunto de livros que se consideram como a carta de
Deus aos homens, como a revelação dos planos divinos.
Outros meios são: participação nos cultos religiosos, encontros de estudos, orações
comunitárias, a prática da caridade, da ascese.
Além desses meios, ou melhor, como meio por excelência, a igreja Católica Romana,
assim como a Ortodoxa e algumas denominações evangélicas, reavivam e rememoram o
sacrifício de Cristo, centro da vida cristã. Há ainda os sacramentos: batismo, crisma,
penitência, eucaristia, matrimônio, ordem e unção dos enfermos.
Como norma de conduta de vida, propõem-se os dez mandamentos. São leis entregues
por Deus a Moisés. São o caminho que todo homem, e não apenas os cristãos, deve seguir se
quiser ser feliz, pois são compêndios da lei divina.
Mas, o homem é livre e Deus respeita a liberdade do homem.
Por essas razões, vemos que entre Orfeu, figura mítica, e Cristo, homem na história e
Verbo de Deus, a distância é infinita, e que a distância entre o orfismo e o cristianismo é a que
existe entre aquilo que o homem é capaz de conhecer pelos seus próprios recursos e aquilo
que lhe é revelado por Deus.
Para concluir, Deus é o bem supremo. É princípio filosófico: Bonum difusivum sui.
Deus criou o homem no transbordamento de sua felicidade e quer a felicidade do homem.
Pode uma mãe esquecer o fruto de suas entranhas? Eu jamais me esquecerei.
Num encontro com Dalai Lama, Leonardo Boff perguntou: Santidade, qual é a melhor
religião?
Dalai Lama respondeu: A melhor religião é a que mais te aproxima de Deus, é a que
te faz melhor.
-Prof Aluizio Fávaro
-Professora Cláudia Valéria Penavel Binato.

ORFISMO COMO RELIGIÃO

O Orfismo era uma religião do mistério no antigo mundo grego, difundido a partir dos séculos VI e VII a.C. Seu fundador teria sido o poeta Orfeu, que desceu ao Hades e retornou. Os órficos também reverenciam Pérsefone (que descia ao Hades a cada inverno e voltava a cada primavera) e Dionisio ou Baco (que também desceu e voltou do Hades). Como os mistérios Elêuses, os mistérios órficos prometiam vantagens no além-vida. Esses cultos de mistérios, que prometiam uma vida melhor após a morte, parecem ter influenciado o início do cristianismo.

O orfismo diferia da religião grega popular das seguintes maneiras:

  • caracterizava as almas humanas como divinas e imortais, mas condenadas a viver (por um período) em um círculo penoso de sucessivas encarnações através da metempsicose ou transmigração de almas;
  • prescrevia uma forma ascética de vida, ou vida órfica, a qual, junto com ritos iniciáticos secretos, deveria garantir não apenas o desprendimento do tal círculo penoso mas também uma comunhão com deus(es);
  • advertia sobre uma punição pós-morte por certas transgressões cometidas durante a vida;
  • era fundamentada sobre escritos sagrados com relação à origem dos deuses e seres humanos.

TEIMOSIA PACÍFICA

ohandas Karamchand Gandhi (Devanagariमोहनदास करमचन्‍द गान्‍धी), mais conhecido popularmente por Mahatma Gandhi("Mahatma", do sânscrito "A Grande Alma") (Porbandar, 2 de Outubro de 1869 — Nova Déli,30 de Janeiro de 1948) foi um dos idealizadores e fundadores do moderno estado indiano e um influente defensor do Satyagraha (princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto) como um meio de revolução.O princípio dosatyagraha, freqüentemente traduzido como "o caminho da verdade" ou "a busca da verdade", também inspirou gerações de ativistas democráticos e anti-racismo, incluindo Martin Luther King e Nelson Mandela. Freqüentemente Gandhi afirmava a simplicidade de seus valores, derivados da crença tradicionalhindu: verdade (satya) e não-violência (ahimsa)Em suas falas ele exibe através dos dedos da mão seuprograma de cinco pontos:igualdade;nenhum uso de álcool ou droga;unidade hindu-muçulmano;amizade;e igualdade para as mulheres.Esses cinco pontos, os cinco dedos representando o sistema, estavam conectados ao pulso, simbolizando a não-violência.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

POR QUE???

Se o mundo é mesmo feito não de RESPOSTAS e sim de PERGUNTAS...por que?
Por que te conheci num dia em que minha alma te procurava sem nada combinar comigo?
Por que achei que no dia seguinte não serias mais que uma lembrança da noite anterior?
Por que te exclui para fugir do que meu sexto sentindo temia,e esqueci que havia te dado o meu fone?
Por que tu me dissestes coisas que que eu queria ouvir:Como pode fazer isso comigo?Simplesmente te quero...
por que fomos juntos até o sétimo céu??? E agora nos perdemos nas brumas...POR QUE?

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

SANSARA

Se for ferir,melhor ferir de morte...
Assim ressurreta estarei,enquanto você somente se distrai;
Meu éter se esvai,enquanto você somente por um instante sai.
Cuidado com minhas cores;
Cuidado com minhas dores;
Pra você são normais???
não..Não...Não...elas são mortais.
Não fui eu quem morreu,foi você quem não sobreviveu...
arranhe o vaso,quebre-o,deixe caco por caco e sorria de sua pobre OUSADIA.
Cacos se quebram,é material,é matéria...
A essência permanece;
Mesmo nos dias de calabouço onde ela adormece;
E na solitária as vezes esquece;
Que uma força maior a despertará.
Teus músculos de aço se espatifaram perante mim.
Teu agir bizarro e esdrúxulos,são da conta de ti.
Assume tua loucura,mas não queira dividi-la comigo,porque já domestico ou liberto a minha própria.
Toma teu alforge de caçador porque hoje não teu dia.
Nem mesmo um é da caça e outro de ti.
Se tua vaidade alimentada por teu ego,e por minha permissão...minha permissão...minha permissão.
Saciaram tua vaidade masculina e pensaste em mim,como algo conquistado e sem mais valia...
Pensaste mal ,muito mal de mim,e pobre de ti,tão enganado em ti mesmo.
Toma teu alforge de caçador e segue a tua estrada,continuas a caçar,talvez é que te reste.
Tua presa nunca foi tua,somente se permitiu assim ser.
Tua caça nunca foi tua foi tua,apenas te permiti me ter..me reter...me deter.
Toma teu alforge de caçador ,outras caças devem estar á tua espera,para teu deleite,para teu enfeite de macho.
Segue na tua liberdade,vontade e necessidade de caçar;
E eu seguirei talvez distraída,como sempre fui...
Mas senhora absoluta do meu querer..e eu não quero mais você.
Segue com teu alforge de caçador...de mãos vazias.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O SOL E A LUA

Ó príncipe do meio dia;
Monarca de Sabá;
Guerreiro de èbano;
Prometido MEU.
A fogueira arde;
Mas não tanto quanto meu coração;
Mas não tanto quanto meu corpo;
A noite celebra a nossa consagração.
Ò princesa da noite;
Filha da lua;
Deusa de marfim;
Prometida TUA.
Livres no altar da consumação;
Nossos corpos se entrelaçam;
Se entregam na paixão;
O nosso amor é sagrado na magia da canção.
Bebe do meu cálice;
Inebria-se do vinho meu;
Tua lança me transpassa;
Num êxtase meu e teu.
O universo canta um um hino;
Ao SOL e LUA em furor.
São nossos corpos é nosso espírito;
Que se encontraram nesse amor.
Teu desejo é meu desejo;
teu pensamento é meu;
Perderemos a magia se pedir-mos explicação;
Fomos tão somento escolhidos para esta comunhão.
Casal sagrado e consagrado;
Pelas leis da natureza;
Eu e Tu meu eterno amor;
Símbolos da representação da BELEZA.
Sou o sagrado feminino de ti.
És o sagrado masculino de mim.
E o nosso amor existe;
Desde o princípio,o meio e o fim.

ORAÇÃO CELTA

Que jamais em tempo algum,

O teu coração acalente ódio.

Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior.

Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro,

Que as perdas do teu caminho sejam sempre encaradas como lições de vida.

Que a música seja tua eterna companheira de momentos secretos contigo mesmo.

Que os teus momentos de amor contenham a magia de tua alma eterna em cada beijo.

Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.

Que cada dia seja um novo recomeço,onde tua alma dance com a luz.

Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada amigo e o teu coração faça festa ,que celebre o canto da amizade profunda que liga as almas afins.

Que os teus momentos de solidão e cansaço,esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma,quando a alma é grande e generosa.

(Oração Celta)

ALMA UNA

Celebrar o milagre de ser
O milagre do viver
Na doce magia da noite
Minha alma é noiva desse ritual.
O fogo me aquece num abraço amigo
As fagulhas são reflexos do abraço infinito
Eu danço o mistério da lua
Linda,nua e natural.
Eu faço amor com a terra
Sou amante eterna
Do fogo da água e do ar.
Sou irmã de tudo o que vive
Ninfa que brinca com a vida
Alma una com tudo o que há.
Salamandras brincam na fogueira...
Guerreiras aladas trazem oferendas...
Se aproximam os animais de poder...
Planta-Mestra eu quero aprender...
Guardiães abençoem o meu caminho...
Tambores xamãs toquem para mim.
Grande Mãe estou aqui.
(Ricardo Kelmer e Flávia Cavaca)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O MUNDO NAS COSTAS

Como pesa...
Como pesa...
Como pesa...
E dói..dói...dói...
Destrói.corrompe e corrói.
lágrimas contida e incontidas.
Ânsias pré-concebidas e embebidas no mais puro mel,que logo se transforma em fel.
Taquicardia,letargia,agonia.
Sinais,sinais,sinais...o vento se recusou.
A lua se esquivou e na caverna escura e fria minha alma por meses pernoitou.
Primeira,segunda ,terceira,quarta e quinta essência murmuravam você.
Somente um lampejo vindo de mundos longícuos faiscavam no meu ser.
Um orgasmo,mil orgasmos,não te farão mais mulher do que já ÉS.
E a Mssai Branca olhou o guerreiro de ébano e deu-lhe as costas em paz.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

BORBOLETAS

As borboletas são insetos da ordem Lepidoptera classificados nas super-famílias Hesperioidea e Papilionoidea, que constituem o grupo informal Rhopalocera.As borboletas têm dois pares de asas membranosas cobertas de escamas e peças bucais adaptadas a sucção. Distinguem-se das traças (mariposas) pelas antenas rectilíneas que terminam numa bola, pelos hábitos de vida diurnos, pela metamorfose que decorre dentro de uma crisálida rígida e pelo abdómen fino e alongado. Quando em repouso, as borboletas dobram as suas asas para cima.As borboletas são importantes polinizadores de diversas espécies de plantas.O ciclo de vida das borboletas engloba as seguintes etapas:ovo,larva, chamada também de lagarta ou taturana,pupa, que se desenvolve dentro da crisálida (ou casulo) eimago fase adulta.

DE LAGARTA A BORBOLETA

Quando a consciência do Infinito se torna maior do que a consciência do finito, estamos na iniciação e quando a consciência do Infinito se torna muito mais expandida do que a consciência do finito, então temos a auto-realização. Vamos usar a poesia da natureza para esclarecer melhor esta idéia da iniciação e auto-realização. Vamos tomar, por exemplo, a Lagarta e a Borboleta. A lagarta destrói os nossos jardins, as nossas árvores, comendo folhas diuturnamente. A lagarta é como um tubo digestivo com uma boca e nada mais.Ela é todo estômago: come, evacua e pronto! A lagarta come durante algumas semanas, de repente, ela passa a não comer mais, suspende toda a alimentação, fica num estado de silêncio, como se estivesse doente, como se fosse morrer. Ela faz um jejum no final do período. Depois ela vai para um local sossegado... e logo já não é mais lagarta! Aparece outra coisa que nós chamamos de Crisálida. Depois de algumas semanas, para nossa surpresa, nem a lagarta e nem a crisálida estão lá. O que é que está lá? Uma linda borboleta! Que Ser maravilhoso que é uma borboleta! A borboleta não é nada parecida com uma lagarta. Possuí um corpo belo e esbelto, quatro asas maravilhosamente desenhadas, seis perninhas fininhas como uma agulha... a lagarta não tem pernas, tem uns "toquinhos" para se agarrar. A borboleta possui dois olhos hemisféricos. Cada um desses olhos possui seis mil facetas visuais, num total de doze mil olhos. Ela não pode mover os olhos como nós, mas ela vê de todos os lados ao mesmo tempo. A borboleta, ao contrário da lagarta, não come quase nada... Ela só bebe uma gotinha de néctar extraída com sua lingüinha espiral do fundo do cálice da flor. Ela suga um pouquinho de néctar e sai voando, voando... Livre pelos ares. Ela não come nada, não destrói nada, não faz mal a ninguém. Podemos nos perguntar: Como que algo tão maravilhoso como uma borboleta, pode sair de algo tão pequeno, tão feio, rastejante, sem asas e comilona como uma lagarta?O mistério está na crisálida! ·Ovo,·Lagarta,·Crisálida, e·Borboleta... Que belo e misterioso processo! A lagarta morre, vira crisálida; a crisálida arrebenta pelas costas e, finalmente, sai a borboleta, com suas asas todas úmidas e embrulhadinhas!Depois que as asas secam ao sol, a borboleta está pronta para voar! Essa maravilhosa transformação ocorre dentro do mistério da crisálida, onde tudo está fechado, sem nenhuma porta, sem janelas, um local silencioso que mais parece um laboratório, coberto por uma camada que parece matéria plástica chamada quitina. A quitina é uma espécie de celofane que a natureza criou.Quando olhamos para a crisálida, parece que ali não está ocorrendo nada...Silenciosa por fora e numa atividade tremenda por dentro! Dia e noite por semanas inteiras... Quem está trabalhando ali dentro? A vida... O principio vital do ovo passou para a lagarta, que passou para dentro da crisálida, que passará para a borboleta... Podemos dizer que o principio vital é a alma da borboleta. É uma alma em quatro corpos... Este é um símbolo maravilhoso para a evolução da alma! No princípio, todos nós somos parecidos com uma lagarta. O homem profano, materialista, que só se preocupa com as coisas do corpo, que só pensa em comer, comer e divertir-se, que não possui ainda nenhuma consciência de que possui a alma é o que podemos chamar de estado da lagarta. A lagarta é o símbolo do homem profano: ele não tem nenhuma consciência da sua alma e vive no mundo da horizontalidade. A lagarta não sabe nada de que vai ser uma borboleta, ela só quer comer, digerir, é o homem materialista. O grosso da humanidade ainda está no estágio de lagarta. A lagarta é o homem-ego que não possui nenhuma consciência de sua alma, do seu eu, da sua realidade espiritual e que vive somente para as coisas materiais e para a satisfação dos seus instintos degenerados. Alguns deles deixam de ser lagarta, mas não são muitos - a maioria morre como lagarta, nem mesmo chegando ao estado de crisálida. Quando é que o homem deixa de ser lagarta e passa a ser crisálida? É quando depois de muito tempo como lagarta, passa a sentir uma inquietude interna que o chama a ser outra coisa. A lagarta, no fim de sua vida, passa a ter um pressentimento de que está na hora de terminar a sua atual maneira de viver como lagarta. Então ela vai em direção à morte, morre como lagarta, se transforma num pequeno ataúde, algo parecido com um esquife, joga fora a sua pele de lagarta, fecha-se ao redor de si, se enclausura como num tipo de meditação. Quando fazemos meditação, não olhamos para fora da janela, ficamos num local com as portas fechadas, com as luzes apagadas e em estado de profundo silêncio. Muitos, por ainda estarem no estágio final da lagarta, ainda não são capazes de fazer meia hora de profundo silêncio físico, mental e emocional. Somente quando se transformam em 100% crisálida é que conseguem fazer este silêncio absoluto e imobilidade completa. Você nunca vê uma crisálida fazendo barulho ou movimento. Não: ela está ensimesmada, completamente concentrada dentro de si num pequeno espaço... E o que é que nós fazemos quando estamos em estado de crisálida, isto é, em estado de meditação? Não fazemos nada? Não... Fazemos muita coisa! Não fazemos nada por fora, mas fazemos muito por dentro. A meditação não é um estado de passividade, é um estado de tremenda atividade sem ruído e movimento. Muitos pensam que atividade é correr de lá para cá, fazer barulho... Isso não é atividade, isso é afobação. Atividade dinâmica é aquela que não se manifesta por fora, mas se realiza por dentro. A crisálida está numa tremenda atividade dinâmica, não numa atividade ruidosa por fora que é do ego. A crisálida é o símbolo do Eu sem o ego que se pergunta: Que sou eu? Na meditação nós não sabemos nada sobre o nosso corpo... O corpo da lagarta não existe, não sabemos nada dos nossos sentidos...Não vemos, não ouvimos, não falamos, não pensamos e não queremos nada. É um estado de absoluta passividade dinâmica. Passiva por fora - ativa por dentro. Temos consciência, mas não temos palavras e nem pensamentos. Acabou-se o ego, permanece somente o Eu plenamente vivo e consciente de nós. No silêncio da crisálida se devem formar todos os órgãos da borboleta. No silêncio da meditação se devem desenvolver todos os órgãos do nosso espírito, da nossa alma. O que para o inseto é a borboleta, isto para nós é a alma. A borboleta representa muito bem a espiritualidade, por que ela é leve, vive na luz, vive nas alturas, não come quase nada, apenas bebe de vez em quando uma gotinha de néctar do cálice das flores... Pousa nas flores, mas geralmente não pousa na terra. A lagarta sempre rasteja pela terra enquanto a borboleta voa pelo ares. A transição do ego para o Eu espiritual se faz durante o período da crisálida, da meditação. A natureza nos deu este exemplo maravilhoso da transcendência do homem-ego profano, através do homem-místico, rumo ao homem-cósmico. A borboleta representa o homem plenamente realizado. A crisálida é o principio, a iniciação para esta realização. A lagarta não começou nem a iniciação, muito menos a auto-realização. Podemos comparar o período anterior à iniciação e anterior à auto-realização, com a lagarta. Depois, na iniciação, nós viramos crisálida, desprezando todas as coisas materiais, só tratando das coisas espirituais. É o período da mística isolacionista-espiritualista. A crisálida se isola completamente do mundo exterior, é exatamente como o místico da caverna, da solidão... Ele não quer saber nada do mundo externo e só pensa em Deus: Eu e Deus. Come somente o necessário para não morrer. A crisálida não é o estado definitivo, porque depois da crisálida vem a borboleta que representa o homem-cósmico, o homem-crístico, o homem-integral que nunca mais vai voltar a ser lagarta, mas que entra em contato com todas as pessoas bem como com todos os elementos da natureza. Este é o estágio final da evolução do homem. ·Estágio de ovo.·Estágio de lagarta, do homem-profano.·Estágio da crisálida, do homem-místico, isolado não querendo saber nada do mundo externo.·Estágio de borboleta, do homem-crístico, cosmificado. A lagarta não pode se reproduzir, não pode se imortalizar, pois não tem sexo. A borboleta já possui sexo ou masculino ou feminino. A imortalidade deste inseto depende do último estágio: se a lagarta não virar borboleta, sua espécie morre. A divisão dos sexos acontece dentro da crisálida. Na natureza não existe imortalidade pessoal, individual, mas existe imortalidade racial. Todos os seres infra-humanos se imortalizam na espécie e não no individuo. Para poder ocorrer a imortalização da espécie se faz necessário a união dos sexos. Na humanidade ocorre um processo diferente, pois o próprio individuo pode imortalizar-se. Isto é um privilégio da raça humana. O homem não pode se imortalizar no estado de lagarta, no estado ego. O ego tem que desaparecer para que o homem possa chegar até às alturas do Eu, que é o estágio da borboleta. Se a pessoa não chega a plena consciência do seu Eu, da sua Alma, do seu Espírito, não tem como se imortalizar. Pode ser que muitos aqui na terra não cheguem à consciência do Eu, mas podem se imortalizar mais tarde, porque a vida da evolução não termina neste espaço-tempo. Nossa individualidade humana continua mesmo depois da morte física do nosso corpo. Depois, continua a possibilidade de imortalização.Ninguém sabe quanto tempo temos para nos imortalizarmos. Talvez milhares de anos... O nosso ciclo evolutivo ninguém pode saber. O certo é que não está restrito ao curto espaço desta vida terrestre. Como dizia um dos maiores mestres: "Na casa de meu Pai celeste há muitas moradas..." Há muitos mundos... Há muitos estágios de existência! Talvez a terra seja o primeiro estágio da nossa evolução! A gente vive comendo, comendo, comendo como se fôssemos lagartas. Provavelmente, em outros mundos, seja diferente, não tendo um corpo físico como a lagarta, talvez um corpo astral, talvez um corpo etérico, talvez um corpo de uma substância muito mais refinada do que esta grosseira matéria da qual vivemos diariamente. Pela meditação, nós podemos acelerar nosso processo de evolução. Esta é a grande novidade para nós. Não devemos pensar que necessitamos de milhares de anos para chegarmos a ser borboletas, isto é, uma entidade espiritual. Isto não é verdade! Se alguém colocar bastante esforço na sua concentração, na sua meditação ele pode abreviar a sua própria evolução rumo à espiritualidade definitiva. Isto não depende de uma ação do tempo externo - isto depende de uma ação interna por parte do individuo, uma ação voltada para a conscientização da sua realidade espiritual: - Eu e o Pai somos um - o Pai está em mim e eu estou no Pai. Se alguém se conscientizar disto, com toda a sua intensidade, se focalizar a sua consciência na sua realidade espiritual, é certo que ele pode abreviar o tempo da sua evolução. Pode chegar a ser borboleta muito antes dos outros, não precisando passar por tantos anos de sofrimento através do qual tem que passar as lagartas antes de se tornarem borboletas. A borboleta vive na espiritualidade do solo do ar. Não sofre com a horizontalidade imposta à lagarta. Podemos nos verticalizar ao invés de nos horizontalizar. Horizontal é para o ego - vertical é para o Eu. Podemos reduzir a nossa horizontalidade de lagarta e passar para a verticalidade da borboleta, o que torna a nossa evolução muito mais rápida. Todos os grandes mestres da humanidade insistem fortemente na necessidade do egocídio: "Se o grão de trigo não morrer, ficará estéril, se morrer, produzirá muitos frutos"- Jesus. "Eu morro todos os dias e é por isso que eu vivo, não sou eu quem vivo é o Cristo que vive em mim" - Paulo de Tarso. Quando a nossa lagarta-ego morre para a sua vida-ego e entra na realidade-mística do seu eu, esse é o primeiro estágio da evolução espiritual. A lagarta morreu para dentro da crisálida, mas ela não morreu para dentro da morte, senão não teria surgido a borboleta. Ela morreu como lagarta e não como vida. A vida da lagarta foi transferida para a crisálida.Aqui não há morte, apenas a vida está em outro estado. Deixa da vida extrovertida, para uma vida introvertida. A meditação é uma introversão espiritual. Quando a gente olha para dentro de si e não mais para o exterior, então, estamos numa vida introvertida.Isto é a crisálida. Para a lagarta, isto é uma espécie de morte. A borboleta é a vida-definitiva. A borboleta pode se quantificar, mas não pode se qualificar. Uma borboleta pode dar muitas lagartas por meio dos ovos, isso é quantificar, mas ela não pode se qualificar. Ela não pode dar uma qualidade superior à sua borboleta - isso seria a imortalidade da borboleta. Na natureza, os indivíduos não se imortalizam, apenas se quantificam, não se qualificam, não podem obter uma qualidade superior. O ser humano tem o dever de ultrapassar a sua borboleta e se imortalizar individualmente. Todos os mestres da humanidade sabem que a nossa imortalidade depende da consciência espiritual de nosso eu. Se a pessoa não adquire esta consciência não se imortaliza. Cada um de nós deve se questionar em que estágio se encontra em sua evolução e como pode ultrapassá-lo. Poucos de nós se encontram no estágio de crisálida. O grosso da humanidade se encontra no estágio de lagarta. Aqui e ali, encontramos alguns místicos que já se encontram no estágio da crisálida, de meditação. A meditação é o estado em que nos esquecemos de toda exterioridade, que é da lagarta, e entramos na interioridade, que é da crisálida. Quanto mais vezes fizermos esta interiorização de lagarta para crisálida, tanto mais aceleramos a nossa evolução rumo a definitiva borboleta. Isto é absolutamente certo! As leis da física são as leis da metafísica. Nós podemos entrar diariamente no estado de crisálida, fechando todas as portas dos sentidos e da inteligência. Então, entramos na solidão silenciosa da crisálida e se permanecermos uma hora inteira, nesse estado, longe dos sentidos, longe da inteligência, longe dos desejos, completamente isolados na consciência espiritual, então estamos no estado de crisálida. E se ficarmos diariamente nesse estado de crisálida, de mística isolacionista, preparamos, pouco a pouco, o nosso corpo futuro da borboleta espiritual. O ser humano sempre imagina que depois da morte não temos corpo. Sempre teremos corpo, não o corpo físico e material de agora que é o mais primitivo. Corpo não é só matéria e pode ser imaterial. O corpo astral e o corpo etéreo são um corpo, mas não um corpo material. Paulo de Tarso diz que existem muitos tipos de corpos e a ciência de hoje sabe que quando a energia se congela, então temos a matéria e quando a energia se descondensa, temos a luz. Depois vem um corpo de energia pura, chamada corpo astral. Quanto mais vezes entrarmos num estado de meditação, de crisálida, tanto mais nós transformamos o corpo-matéria num corpo extra-material. Podemos preparar exatamente agora, nesta vida, o nosso corpo futuro. A crisálida prepara o corpo futuro da borboleta em grande silêncio. Depois de algumas semanas, o corpo da borboleta já está formado dentro da crisálida. Do que é que ela formou o corpo da borboleta se não foi buscar nada de fora? Ela se serviu da matéria prima do corpo da lagarta e transformou aquele mingalzinho verde, nas asas e no corpo maravilhoso da borboleta. Quer dizer que na crisálida há uma laboração, é um laboratório, onde o corpo da borboleta é preparado. Então, a borboleta rompe com a casca da crisálida com as asas todas enroladinhas, depois ela abre as asas e começa a voar. Podemos fazer com a meditação a elaboração do corpo da nossa futura borboleta espiritual; nós não precisamos saber como, pois as próprias leis cósmicas se encarregam disto. Só precisamos ficar na solidão, em bastante concentração durante algum tempo e depois o resto acontece naturalmente. Muitas pessoas bem ou mal, já estão se dedicando à prática da meditação, pois já se conscientizaram que esta é uma prática necessária para a nossa evolução. Muitas delas ainda se preocupam com técnicas meditativas.Atualmente existem tantas técnicas de meditação, tantos livros, que as pessoas acabam desanimando e desistindo logo de inicio. Acabam encostando os livros e deixando a prática da meditação de lado. A única técnica que realmente funciona é esvaziar-se totalmente da consciência do seu ego e nada mais. Não fazer, não pensar, não falar e não querer nada. Somente fazer uma vacuidade total do seu adorado ego... O Ego não gosta e se revolta com esta prática. Ele quer fazer algo! Se alguém é capaz de se esvaziar totalmente da ego-consciência, vai acontecer-lhe a coisa mais grandiosa que é a invasão da cosmo-consciência, ser invadido pela Alma do Universo que é Deus. Isto não é uma descida para o in-consciente, mas sim uma subida para o supra-consciente. Durante a meditação, entramos na supra-consciência e não na infra-consciência. Entramos no êxtase, no Samádhi, no terceiro céu. Por aqui podemos ver a importância da humanidade aprender a fazer o que toda a natureza faz por meio dos seus estágios de evolução. (Texto de autoria do Prof. Huberto Rhöden).

PHOENIX

A Phoenix, Fênix ou Phoinix (grego) é a lendária ave que ateia fogo em si mesma quando descobre que está para morrer. Ela povoou o imaginário mitológico das antigas civilizações egípcia e grega. A lenda diz que a primeira Phoenix surgiu de uma centelha que o deus Ra soprou sobre a face da Terra, representando o Fogo Sagrado da Criação. Segundo a lenda, seu habitat é entre os desertos da Arábia, entre as ervas e temperos aromáticos. Ela vive por volta de 500 anos e após esse período procura uma árvore solitária e, no alto de sua copa, faz seu ninho com canela, olíbano (uma espécie de goma-resina, encontrado na África e na Índia; especiaria muito utilizada na Antiguidade para se fazer incenso) e mirra (espécie de arbusto encontrado em regiões desérticas, especialmente na África e no Oriente Médio). Ela, então, ateia-se fogo e de suas cinzas surge um pequeno ovo vermelho de onde nasce uma outra Phoenix, mais forte e mais bonita. Ela representa a imortalidade do ser, o poder de mudança, de consciência de si mesmo. Pode ser vista, também, como um modelo de perfeição ou de beleza absoluta. Na mitologia egípcia a Phoenix é reverenciada como a personificação do deus Ra (deus do sol). Existe somente uma da espécie e é por isso que o deus Ra jurou que enquanto a Phoenix renascer das cinzas, a esperança, no mundo, nunca morrerá. Portanto, a Phoenix representa a depuração da alma. Segundo a lenda, o tamanho da ave assemelha-se ao da águia. Tem olhos brilhantes como as cores das estrelas. Sua plumagem é dourada no pescoço e no papo? púrpura no restante do corpo; possui uma crista formada por penas finíssimas e delicadas, sendo sua calda constituída por penas longas e suaves, nas cores branca e vermelha. Na mitologia oriental também existe uma Phoenix que simboliza a felicidade, a virtude e a inteligência. E sua plumagem é feita das sete cores sagradas para os orientais: as cores do arco-íris.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A PRECE

Então,uma sacerdotisa disse:"Fala-nos da prece".
E ele respondeu,dizendo:
"Vós rezais nas horas de vossas aflições e necessidades;pudésseis rezar também na plenitude de vossa alegria e nos dias de abundância.
Pois o que é a oração senão a expansão de vosso ser no éter vivente?
E se vos dá conforto exalar vossas trevas no espaço,maior conforto sentireis quando exalardes a aurora de vosso coração.
E se podeis reter as lágrimas quando vossa alma vos chama para orar,ela vos deveria esporear repetidamente,embora chorando,até que aprendêsseis a orar com alegria.
Quando rezais,elevai-vos até encontrardes,nas alturas.aqueles que estão orando á mesma hora,e que ,fora de oração talvez nunca encontrásseis.
Que vossa visita a esse templo invisível não tenha,portanto ,nenhuma outra finalidade senão o êxtase e a doce comunhão.
Pois se penetrardes no templo unicamente para pedir,nada recebereis.
E se nele entrardes para vos curvar ,ninguém vos erguerá.
E mesmo se aí fordes para mendigar favores para outros,não sereis atendidos.
Basta-vos entrar no templo invisível.
Não posso vos ensinar a rezar com palavras.
Deus não escuta vossas palavras ,exceto quando Ele próprio as pronuncia através de vossos lábios.
E não vos posso ensinar a oração dos mares e das florestas e das montanhas.
Mas vós que nascestes das montanhas e das florestas e dos mares,podereis encontrar suas preces no vosso coração.
Se somente escutardes na quietude da noite ,ouvi-lo-eis dizer em silêncio:
Deus nosso,que és nosso EU-alado,é Tua vontade em nós que quer;
È Teu desejo em nós que deseja ;
È Teu impulso em nós que pode transformar nossas noites ,que que Te pertencem,em dias que também Te pertençam.
Nada Te podemos pedir ,pois conheces nossas necessidades antes mesmo que nasçam em nós.
Tu és nossa necessidade;e dando-nos mais de Ti,Tu nos dás tudo".
Gibran Khalil Gibran-da sua obra O Profeta.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

SAUDADE

Quando penso em você me sinto flutuar,me sinto alcançar as nuvens,tocar as estrelas, morar no céu...Tento apenas superara imensa saudade que me arrasa o coração,mas, que vem junto com as doces lembranças do teu ser. Lembrando dos momentosem que juntos nosso amor se conjugavaem uma só pessoa, nós ...É através desse tal sentimento, a saudade,que sobrevivo quando estou longe de você.Ela é o alimento do amor que encontra-se distante...A delicadeza de tuas palavrascontrasta com a imensidão do teu sentimento.Meu ciúme se abranda com tuas jurase promessas de amor eterno.A longa distância apenas serve para unir o nosso amor.A saudade serve para me dara absoluta certeza de que ficaremos para sempre unidos...E nesse momento de saudade,quando penso em você,quando tudo está machucando o meu coraçãoe acho que não tenho mais forças para continuar;eis que surge tua doce presença,com o esplendor de um anjo;e me envolvendo como uma suave brisa aconchegante...Tudo isso acontece porque amo e penso em você.
(William Shakespeare)

A DOR

E a mulher disse:"Fala-nos da dor". E ele respondeu: "Vossa dor é o rompimento do invólucro que encerra vossa compressão. Assim como semente da fruta deve querer-se para que seu coração apareça ante o sol,deste mesmo modo deveis conhecer a dor. Se vosso coração pudesse viver sempre no deslumbramento do milagre cotidiano,vossa dor não vos pareceria menos maravilhosa que vossa alegria; E aceitaríeis as estações de vosso coração como sempre aceitastes que passam sobre vossos campos; E contemplaríeis serenamente os invernos de vossa aflição. Grande parte de vosso sofrimento é por vós próprios escolhida: È a amarga poção com a qual o médico que está em vós cura o EU-doente. Confiai,portanto ,no médico,e bebei seu remédio em silêncio e tranquilidade: Pois sua mão,embora pesada e dura ,é guiada pela suave mão do invisível; E a taça que ele vos oferece ,embora queime vossos lábios,foi confeccionada com a argila que o Oleiro umedeceu com Suas lágrimas sagradas. (Gibran Khalil Gibran-da sua obra O Profeta)

A ALEGRIA E A TRISTEZA

Então,uma mulher disse:"Fala-nos da alegria e da tristeza". E ele respondeu: "Vossa alegria é vossa tristeza desmascarada". E mesmo poço que dá nascimento a vosso riso foi muitas vezes preenchido com com vossas lágrimas. E como poderia não ser assim? Quanto mais profundamente a tristeza cavar suas garras em vosso ser,tanto mais alegria podereis conter. Não é a taça em em que verteis vosso vinho a mesma que foi queimada no forno do oleiro? E não é a lira que acaricia vossa alma a própria madeira que foi entalhada à faca? Quando estiverdes alegres,olhai no fundo de vossos coração,e achareis que o que vos deu tristeza é aquilo mesmo que vos está dando alegria. E quando estiverdes tristes,olhai novamente no vosso coração e vereis que,na verdade,estais chorando por aquilo que constituiu vosso deleite. Alguns dentre vós dizeis:"A alegria é maior que a tristeza",e outros dizem:Não,a tristeza é maior". Eu,porém ,vos digo que elas são inseparáveis. Vêm sempre juntas;e quando uma está sentada á vossa mesa,lembrai-vos que a outra dorme em vossa cama. Em verdade,estás suspensos como os pratos de uma balança entre vossa tristeza e vossa alegria. è somente quando estás vazios que estás em equilíbrio... (Gibran Khalil Gibran-Da sua obra O Profeta).

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

"CONDENADOS À LIBERDADE"

Sempre procurei respostas para as palavras do filósofo existencialista Jean Paul Sartre,que afirmou :O homem está condenado a ser livre.Esta frase nos remete para algo extremamente magnífico e assustador ao mesmo tempo;o poder e ter o que se escolher e a reação desta ação.Todos nós aspiramos liberdade,mas gozá-la de fato nos trás toda uma sorte de questionamentos sociais e espirituais,devido ao fato de que a mesma está o tempo todo sendo: medida,pesada e classificada.Penso que a melhor forma de interpretar essa frase seja ter a idéia de que somos livres,ou melhor nascemos livres e temos a obrigação de vivermos nossas vidas sem medos que nos façam nos desviar do propósito de liberdade exposto por Sartre que prega a liberdade do homem com base na suas ações naturais e instintos que devem ser seguidos; claro, tendo em vista o limite entre o aceitavel e o condenavel em nossa sociedade atual.Creio que conciliar liberdade e os padrões morais e religiosos seja praticamente impossível.O homem teme as leis do Estado não por honestidade pura,mas sim por medo da punição para seu excesso de liberdade e nisso vemos o interesse em se seguir uma boa conduta simplesmente por interesse puro em uma possível recompensa seja material ou até mesmo espiritual e penso que vale a pena citar uma frase de Einstein que diz:"Se somos bons por almejarmos uma recompensa,sem duvidas somos um grupo desprezível" e nisso concordo plenamente.Quanto a conciliar Deus e liberdade,realmente é um tarefa difícil,pois vivemos dualidades que nos obrigam a escolher entre nossas vontades ou entre a renuncia de uma vida para nos dedicarmos a algo espiritual para ganharmos ou não uma recompensa.Sem duvidas que são coisas distintas assim como Liberdade e Livre Arbítrio que creio que ambos teem certa semelhança,pois fazem apologia a liberdade de escolha,porém na pratica consiste em seguir um caminho,seja de uma sociedade ou de um Deus para ser bem aceito.Depois que o homem se modernizou e se globalizou,se viu diante de um grande mercado onde "de tudo tem ",e tal situação implicou em ter escolhas demais para se fazer,de tanto ter o que se escolher;e a condenação dessa liberdade de compra ,troca e venda nesse grande mercado material, e espiritual fez do homem,uma espécie de "gambiarra mental",onde a tudo a e todos está ligado,mas que a qualquer momento está sujeito a vir sofrer um curto circuito.Basta constatar as últimas estatísticas que apontam uma explosão demográfica de depressivos e de outras desordens mentais diagnósticada em quase sua totalidade,doenças desenvolvidas por fatores ambientais.Ao que parece,o processo foi invertido,um dia o homem sonhou e lutou por liberdade física e ideológica e agora se ver preso dentro da pior de todas as prisões: preso dentro de si mesmo.A imagem acima,sugere a idéia de um VÔO ATRIBULADO...Talvez seja o preço da liberdade ou a condenação da liberdade,que saiu da esfera do objetivismo para o subjetivismo.Ou seja,estamos CONDENADOS A ESCOLHER E ÀS NOSSAS ESCOLHAS.E quem tem ouvidos ouça:TUDO ME É PERMITIDO MAS NEM TUDO ME CONVÉM. (I Cor 10,23).

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

PAVÃO MISTERIOSO

Pavão misterioso, pássaro formoso/ tudo é mistério nesse teu voar/Ah, se eu corresse assim, tantos céus assim/Muita história eu tinha prá contar/Pavão misterioso nessa cauda aberta em leque/Me guarda moleque de eterno brincar/Me poupa do vexame de morrer tão moço/Muita coisa ainda quero olhar/.Pavão misterioso, meu pássaro formoso/No escuro desta noite me ajuda a cantar/Derrama essas faíscas, despeja esse trovão/Desmancha isso tudo que não é certo não/Pavão misterioso, pássaro formoso/Um conde raivoso não tarda a chegar/Não temas minha donzela/ nossa sorte nessa guerra/Eles são muitos, mas não podem voar. "Pavão Mysterioso", tema da novela Saramandaia. Letra e música realizada no tempo da repressão e ditadura militar no Brasil. Gravada em 1974 e o grande público teve conhecimento em 1976, após a música ser incluida como abertura da novela/folhetim eletrônico Saramandaia. Esta música possui mais de 20 (vinte) regravações, é considerada sagrada pelos Indios do Xingú nos rituais religiosos, tem regravações na Europa orquestrada por Paul Mauriat; por grupos chilenos - Inti-Aymará e Nacha, por Elba Ramalho, Ney Matogrosso, por bandas de Rock e Maracatús e muitos outros. A composição seria mais tarde adotada como hino do orgulho GLS. Também utilizada por outros tantos como hino à liberdade, a beleza humana e sua capacidade de realizar a vida acima das aparentes impossibilidades. Todos estes fatos ampliam a música em todos parâmetros,.e a coloca como uma das fundamentais na obra de Ednardo, junto a outras,tais como: Terral; Ingazeiras; Beira-Mar; Artigo 26; Enquanto Engoma a Calça...

"PORQUE CANTAR PARECE COM NÃO MORRER"

A arte é uma expressão de vida,da vida e de sobrevivência da mesma.Certa vez,Beethowen chegou a dizer"Foi a música quem me salvou,e tão somente ela";e o que diria Vincent Van Gogh que chegou a pintar cerca de 80 telas em um mês,sob o céu aberto,sob o sol que castigava sua pele clarissima...Para alguns,a salvação continuou através da dança,literatura,arquitetura,escultura e o cinema(a sétima arte).Uma música do cantor cearence Ednardo,sempre me foi doce e alegre aos ouvidos;a conheço desde o tempo em que o artista se apresentava no programa Almoço Com As Estrelas,apresentado aos sábados pelo casal Airton e Lolita Rodrigues.No entanto,só agora,a mesma vem tomar uma proporção bem maior em minha vida,e vai além de melodia agradável,e perpassa para um plano de salvação mediante a crise existencial que bate a porta de todo nois ,vez por outra.O Título da música,chega a ser simplório demais,em relação a proposta do compositor,que partindo duma cena cotidiana de um homem sozinho,que precisa engomar as calças,vai desenrolando um enredo da vida de um artísta que precisa viajar e se torna difícil estabelecer relações afetivas,contudo ele é consciente da sua arte,arte de cantar,e isso se torna sua tábua de salvação sob todos os aspectos.Ednardo diz:"porque cantar,parece com não morrer,é igual a não se esquecer,que a vida aqui tem razão".Como não englobar,esse artista no mesmo contexto de Beethoven e Víncent Van Gogh?Eu também,encontro na música e na escrita,um sustentáculo,uma forma de prazer,de viver e sobreviver,de encontrar um sentido de existir,e quando canto,seja sozinha ou para alguém,eu me sinto transcender às barreiras de tempo e espaço,e passo a apreciar a vida,de sobremaneira que se pudesse,cantaria por toda a eternidade...talvez, o "parece com não morrer",seja exatamente isto que quiz dizer Ednardo.
Enqunto Engomo A Calça(José Ednardo da Costa de sousa Soares).
Arrepare não/ mas enquanto engoma a calça eu vou lhe contar/Uma história bem curtinha fácil de cantar/ Porque cantar parece com não morrer/É igual a não se esquecer/Que a vida é que tem razão/ Esse voar maneiro foi ninguém que me ensinou não foi passarinho/foi olhar do meu amor me arrepiou todinho/ e me eletrizou assim quando olhou meu coração. Ai, mais como é triste/essa nossa vida de artista/Depois de perder Vilma prá São Paulo/perder Maria Helena Pro Dentista.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

TOCANDO EM FRENTE

È difícil encontrar uma pessoas que não se identifique com a música de Almir Sater "Tocando Em Frente",principalmente ,àquelas em que já estão na fase dos 40 anos,onde já se tem uma experiência de vida o suficiente pra dizer:Vivi(um pouco de tudo),mas vivi.A letra é perfeita e casa muito bem com a melodia;cada verso nos impulsiona para uma comparação das nossas antigas ,ou novas maneiras de viver,da compreensão da "mutação" natural da vida,onde nada é "perene",ao dizer:"num dia a gente chega e no outro vai embora,"bem como nos conduz a uma avaliação,sobre o entendimento do tão complexo processo de "INDIVIDUALIZAÇÃO",quando o mesmo afirma que "cada um de nois compões a sua história",e dando continuidade,nos provoca para responsabilidade que cada um tem,para com a sua felicidade:"cada um de nois carrega em si,o dom de ser capaz,de ser feliz".A felicidade não é um sentimento isolado;eu a concebo como uma ''síndrome",que nos induz a querer ter a certeza de que tudo deve esta no seu devido lugar,para somente assim,poder dizer que se tem a felicidade.A felicidade,é algo inatinginvel,para o nois,pois somos altamente exigentes;contudo o "estar feliz" ou ''ser feliz",é possível sim,apartir do ponto de vista de como cada um enxerga as coisa e as valororiza.Sofrer pelo que não,tem ,é pura perda de energia,é a ocupação fútil do espaço que deveria ser preenchido pela a alegria ''pelo que se tem",e é neste contexto,onde podemos enxergar dentro de nois e á nossa volta,tudo aqulio irá ''confirmar'' que trazemos conosco o dom de ser FELIZ.

  • Ando devagar porque já tive pressa E levo esse sorriso porque já chorei demais Hoje me sinto mais forte mais feliz quem sabe Só levo a certeza de que muito pouco eu sei Ou nada sei.
  • .Conhecer Conhecer as manha e as manhãs O sabor das massas e das maçãs È preciso amor pra poder pulsar È preciso paz pra poder sorrir È preciso a chuva para florir.
  • Penso que cumprir a vida seja simplismente Compreender a marcha e ir tocando em frente Como um velho boiadeiro levando a boiada Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou Estrada eu sou.
  • Todo ama um dia todo mundo chora Num dia a gente chega no outro vai embora Cada um de nós compôe a sua história Cada ser em si carrega o dom de ser capaz De ser FELIZ.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

OJERIZA

Os maiores benefícios gerados pelos nordestinos podem ser definidos a seguir: Status Internacional Com os nordestinos no poder e infiltrados nas famílias mais tradicionais, o Brasil agora é lembrado por ser um país altamente corrupto e não só consumidor de drogas. Beleza Reconhecida Um revista científica americana identificou a maioria da população do nordeste, como sendo A mais Feia do Mundo. Atitude Ecológica Os nordestinos que moram e trabalham em cidade fazem um gande bem à humanidade: são responsáveis pela re-utilização de artigos descartados como lixo a ser reciclado, roupas e sapatos além de consumirem o que antes servia de lixo: restos de comida, produtos vencidos, restos hospitalares, etc. Diminuição do Preconceito Antigamente, uma pessoa que fedesse ou falasse um linguajar não-identificado, era rapidamente excluída da sociedade, mesmo que fosse de família rica. Com o a dominação de pessoas naturalmente feias, ignorantes e doentes, a sociedade não tem outra escolha a não ser admitir estas pessoas nem suas empresas e circulo social. Mesmo a mídia se rendeu à típica beleza nordestina com pessoas vulgares e desprovidades de qualquer qualidade humana.

OBS:Há ainda outro tópico que preferi não postar,por questão de respeito aos leitores do meu blogger.Embora saiba,que vivendo num país democrático,onde todos teem direitos de expressão;julgo como OJERIZA,os escritos a respeito de nois nordestinos.Sei também,que este não é um pensamento generalizado,no entanto,usarei ,dos mesmos direitos de livre expressão,para desmitificar essa terrível caricatura que nois nordestinos temos perante os nossos patrícios(isso mesmo...somos todos brasileiros);é demasiadamente pobre e ininteligível,a mente de quem trata seus compatriotas dessa forma;demonstra tão somente que não sabe absolutamente nada sobre CULTURA,isto,é,uma pessoa(in)culta.

OJERIZA

Normalmente o resto do Brasil, sobretudo o Sul e Sudeste, sustentam o Nordeste. O governo federal aumenta a carga de impostos no resto do país para levar programas sociais aos nordestinos. Há 500 anos este povo é sustentado por terceiros! Além disto há a classe política nordestina que há séculos bestializa o povo do Nordeste para tirar proveito eleitoreiro da ignorância e miséria de lá. E assim ACM, Sarney e outros vão se perpetuando no poder da região. O nordestino recebe dentaduras, chinelas havaianas, cesta básica e mais um cartão do Bolsa Família para perpetuar no poder os mesmos canalhas políticos que há 500 anos os exploram. Resumindo: os nordestinos vivem principalmente do dinheiro do Bolsa Familia que o governo investe lá tirando de pontos cardeais mais rentáveis e menos vagabundos. Os Estados sulistas são os responsáveis pelo pagamento de 190% do Bolsa Família dos nordestinos. A segunda maior fonte de renda dos nordestinos vem do turismo sexual. Principalmente, europeus pedófilos e pervertidos que gostam de comer criancinhas feias de nariz remelento. Vários nordestinos soltos pelo sul do Brasil, inadivertidamente, cruzaram com argentinos e outros povos. Da cruza com os Argentinos nasceram criaturas bizarras que normalmente tentam emprego em edifícios e condomínios nos grandes centros. A principal característica desse ser mutante, fruto da cruza de um nordestino com um argentino, é um porteiro que se acha dono do prédio. Geralmente os porteiros adoram travestis .

OBS:A foto acima diz:nordestinos tentando chegar a sum paulo por via aèrea.

CONTINUA.

OJERIZA

Há muitos dialetos vindos dos diferentes cantos do Nordeste e popularizados em Sun Paulu, Riu de Janêro e outros estados azarados do país. Em Sampa, o 'Ceariba' (Ceará com Paraíba) passou a circular pela alta taxa de fecundidade das muié dos caba homi, que desenvolveram também um ziper na barriga para parir com mais facilidade os futuros beneficiários do bolsa-família e programas de governo que seu conterrâneo ampliaria na présidença. Da mesma forma, o baianês ganhou vida nos sorrisos dos cabeça-gorda que povoaram os calçadões dos bairros centrais das grandes cidades. É só passar em um desses lugares e ver você mesmo aquele típico mané de coloração estanque, com seu impecável Raiban na testa, bermudão laranja de surfista e camiseta regata apertada, parecendo roupa de botijão de gás.
Estados Unidos do Brasil. OBS: Este material será divulgado às agências de turismo do exterior numa tentativa de familiarizar os turistas com seus países Nas cidades, eles deram origem a diversas tribos: como os manos e trutas-firmeza, os jamaicanos, os pagodeiros, os axezeiros, os funkeiros, só coisa boa - gente educada e de bem com a vida, como você pode perceber. Cada uma dessas tribos desenvolveu seu próprio dialeto, mas aos finais de ano lotam as estradas em direção ao norte do País em carreatas ou nos São Geraldo lotados, o que deixa os motoristas temerosos quanto ao aumento do número de acidentes. A exemplo do que já foi dito por aqui, tanto pela posição geográfica, como pela influência norte-americana, eles são os norte-americanos do Brasil ou brasileiros nórdicos. É uma boa maneira de se referir a eles e evitar que algum idiota sem senso de humor e pseudo-humanista lhe confunda com um racista, nazista ou coisa do tipo. A admiração por gringos e o costume de copiar tudo que é americano de forma meia-boca invadiu todos os momentos da cultura deste malogrado povo, desde as quadilhas de cabras que promovem bang-bangs pelo semi-árido, até os nomes dados a certas danças (for-all) e os nomes dados aos infelizes filhos destes - que certamente são esculhambados na cidade grande, condenados a pegarem as piores mulheres e os piores empregos, ganhando também os piores salários. Enfim, um povo que não faz nada de original para se ajudar, infelizmente.