Eu já havia olhado,muitas vezes para propagandas culturais pela televisão,onde passavam algumas obras de Aleijadinho...mas a questão,é que só "olhei",mas não "encherguei",e olhar,é diferente de enxergar.Desde então,eu senti uma grande precisão,de escrever algo por menor e simplório que fosse sobre este homem,também mito,também mártir,também,artista,também enígma...
De tantas contradiçoõs exitentes sobre suas biografias em termo de datas e veracidade de fatos;achei por bem não derte-me a datas e até mesmo,ao números de suas obras,visto que não há assinaturas do artista;as obras catalogadas,não raras vezes,eram atribuidas ao mesmo,pela semelhança entre outras.Aleijadinho,era filho de um entalhador português com uma escrava africana,e recebeu o nome de Antônio Francisco Lisboa;por ter nascido escravo,foi alforriado pelo seu pai e senhor,com o qual aprendeu a arte de entalhar e ainda teve regalias que não eram para os homens "pardos",como estudar gramática,latim e religião.diz-se que teve um filho com uma mulata e a este deu o nome do avó.Na fase adulta da sua vida,começou a desenvolver uma doença degenerativa,a qual nunca foi diagnosticada com extatidão;mas resumindo,foi devido a esta doença que ele passou a ficar conhecido por Aleijadinho.Já sem a doença,ele é descrito como um homem feio,pois nada foi destacado de seu físico como bonito,melhor,que tivesse sido sucinto e dito que ele era um homem horrendo.Segundo bretas,o Aleijadinho tinha estas características:
"Era pardo-escuro,tinha voz forte,a fala arrebatada,gênio agastado:A estatura era baixa,o corpo cheio e mal configurado,o rosto e a cabeça redondos,e esta volumosa,o cabelo preto e anelado,a barba cerrada e basto,a testa larga o nariz regulaar e algum tanto ponteagudo,os beiços grossos,os olhos grandes,e o pescoço curto"
Depois,da misteriosa doença,tudo o que foi acima já descrito piora,pois diz-se que perdeu os dedos,outros dizem que foram os braços,só ficando os cotos,o corpo ficou chagado,inclusive no rosto a ponto o mesmo evitar o contato com as pessoas;arruinar mais ainda o seu mal humor e trabalhar somente a noite,auxiliado por seus escravos particulares que amarravam o cinzel nos cotos para que ele pudesse entalhar e sem mais poder locomover-se,era carregado numa espécie de cama pelos mesmos.
Numa época em que um escravo atingir o posto de artísta,era algo exaltador para um os demais escravos,e para se construir um mito,enquanto mais ele sofre,mais sua obra torna-se valiosa.Ainda asim,tirando estas possibilidades de moviento social e mitificação do aleijadinho,a sua existência e tudo o que ocorreu-lhe com esta enfermidade,que só ele sabe o que sentiu,como sentiu-se e o quanto sofreu,em nada muda a realidade do artísta.O aleijadinho é considerado o maior nome do Barroco americano.Foi entalhador,escultor e arquiteto . Não existe nenhuma fotografia deste homem,apenas retratos pintados,segundo descrições de alguns,mesmo assim,este,pintado antes que ele fosse acometido pela misteriosa enfermidade.O mistério,ainda hoje,permeia a vida do Aleijadinho,através das suas obras,visto que há quem afirme,que nas esculturas dos profetas encontram-se símbolos maçônicos .
Ao chegar aqui,para esta posstagem sobre o o já referido artista,me veio a lembrança de um personagem do escritor Victor Hugo "O corcunda de Notre_Dame;escrito quase na mesma época em que o nosso Aleijadinho era um homem real.O corcunda,foi um menino mal formado e abandonado,na porta da Igreja de Notre-Dame em Paris ,adotado por um homem sem caráter,que logo ao vê-lo,deu-lhe o nome de "Quasímodo",que quer dizer :"mal-acabado".O tal menino deformado,fez-se homem e vivia escondido no campanário da Igreja para que ninguém visse sua horrenda aparência.Um dia apaixonou-se por a bela cigana Esmeralda e por a mesma nutriu até o fim de seus dias um amor puro e sincero.Na França,da época,em que o livro foi escrito,os movimentos de confronto social,eram com ciganos,enquanto aqui no Brasil,os escravos lutavam por liberdade.O que chamou minha átenção,no homem real,o Aleijadinho e Quasímodo,é que ambos nutriam-se da beleza.Era na cigana Esmeralda que o corcunda encontrava um alívio,um carinho,um conforto,um alento,para todo o seu sofrer.Era na perfeição das esculturas,de Nossa senhora,de anjos que o Aleijaddinho,encontrava os seus sulfrágios,visto que muitas vezes diz-se que o mesmo,desejava a morte para descançar das dores indízíveis que sentia;no entanto,continuou vivo e trabalhando até a morte,até ser vencido pela enfermidade.
Tropeço nas teclas para concluir esta postagem,sem ainda está claro para mim mesma,a razão pela qual,fiquei impelida a escrever sobre o Aleijadinho,e muito mais por fazer esta associação com o Corconda de Notre-Dame.talvez,porque haja muito desse homem e desse personagem em mim,sob outras formas;talvez,porque sempre acredito,que em qualquer situação da vida de cada um de nóis,há algo que nos sustenta,nos conforta e nos alenta..e este algo está ligado Á BELEZA,não beleza comercial produzida e estilizada e descartada pela mídia;Falo de uma BELEZA maior,que só pode ser encontrada ,descoberta,e nutrida dentro de nóis mesmos,fazendo com que,embora mal-acabados,pelos nossos defeitos físicos ou de caráter,ainda assim podemos descansar nessa beleza,e produzir beleza para a vida das pessoas e para nóis mesmos.