Quando decidi,pesquisar sobre as origens da minha família materna(tendo sido eu adotada);mal pensava que iria me deparar com uma história curiosa,misteriosa e extremamente fascinante para mim.De imediato,percebi que meus tios e tias avós,primos em terceiro grau;eram muito diferentes das minha caracteríticas físicas;percebi de imediato serem pessoas bem distantes do perfil nordestino propriamente dito.calei-me perante aquela observação,sem jamais ser deselegante e fazer perguntas ou observações indiscretas.Havia levado comigo,caderneta para anotações,um gravador,uma máquina fotógráfica ...muita ansiedade,desezenas de perguntas,preparo físico pra andar bastante e aquele friozinho na barriga peculiar de quem não sabe o que estar porvir.Das muitas histórias,que ouví,algumas tristes,alegres,lamentáveis..iam cada vez mais aguçando a minha curiosidade e as coisas antes desconhecidas,iam aos poucos se revelando e eu ia aos poucos começando a montar aquele quebra-cabeça.Fui a cartório,cemitério,casa de parentes e pessoas mais idosas do lugar,até que cheguei na pessoa certa.Aquela que guardava,pelo costume dos nossos ancestrais a tradição oral,da cultura de um povo.Foi então,que escutei uma história tão curta,sem riqueza de detalhes,mas o suficiente para compreender,coisas que talvez nunca poderemos expilicar com exatatidão,mas o sufieciente para inundar meu rosto de lágrimas e compreender segredos meus,que muitas vezes me perguntei de onde vinham tais costumes,tais sensações e para os outros"esquisitices,ou curiosidades".Minha tia-avó,me olhou e disse:Você é bisneta de um turco,que chegou no Brasil,aos 28 anos,trazendo um menino consigo,fugindo de uma guerra.
Eu já havia tirado essa foto que lembra uma mulher euro-asiática,ou oriental,há um ano atrás,e quando mais jovem,dançava a dança do ventre,com os movientos ainda precários,das mãos e do ventre,mas o suficiente pra chamar àtenção das primas que não aplaudiam,mais riam,ao achar que eu estava possuída;e aquela dança nada tinha a ver com o forró,a dança típica de uma monteirense e nordestina.Depois,o gosto por perfumes,vários perfumes,para um olfato muito apurado,o jeito de fitar as pessoas,que tenho,como se pudesse ler o seu interior,a habilidade de escutar histórias e depois recontá-las como fazem meus ancestrais até hoje por séculos e séculos,ou seja ,a tradição da cultura oral.Embora,nascida ocidental,com corpo ocidental,mas sempre senti ter uma alma oriental.A estas coisas,os ciêntistas denominam de memória genética.Dos mais distantes parente,minha sobrinha Cadigina,ainda trás traços das mulheres turcas,e por coincidência,Cadija,foi a primeira esposa do Profeta Maomé.
Não dormí a noite,tentando entender o que aconteceu com esse homem.Como se chamava?que guerra foi essa?E esse filho?E sua família?E seu país, sua religião(ISlÂMICA) sua e cultura?Algumas faíscas dos meus poucos conhecimentos me diziam,que se ele fosse o primogênito da família,de certo,seu primeiro nome,seria o mesmo do profeta Maomé(MOHAMMED).Que talvez,sofreu muito,pra viver na obscuridade de seus costumes,de sua religião e identidade.Ao que parece,houve uma anulação,quase que completa da sua história pessoal,caso contrário,a família teria muito mais o que dizer,ou mostar.Sei que quem foge de uma guerra,não tem liberdade,e muito menos tempo,de trazer consigo,fotos,documentos e viver como se vivesse entre os seus;por isso, esse vácuo ,era compreensível.talvez,ele tivesse falado pouco sobre o que realmente aconteceu;no entanto,a genética revelou na estatura,no nariz fino e comprido,nos olhos meios fundos e escuros,no rosto de forma oval ,no sembante meio triste;a herança deste homem tão estranho e tão conhecido para minha alma.
Na primeira Guerra Mundial,que iniciou-se de 1914 a 1918,a Turquia,alia-se a Alemanha,há grandes movimentos nacionalistas,tal qual o de 19 de maio de 1919,liderado por Mustafa Kemal Pasha,que ficou conhecido como ATATÜK,que quer dizer,pai dos turcos.Em 29 de outubro de 1923,deu-se o fim,do Império Otomano e a Turquia e seus Estados fizeram ponte entre as culturas ocidental e oriental.
Talvez,tenha sido,nesta época,em que tudo aconteceu,muitos turcos foram,ex-patriados.Muitos nunca voltaram pra seu país de origem,e sendo bons comerciantes,e demasiadamnte "pechinchadores",se estabeleceram por aqui,complementando pluralidade cultural deste país chamado Brasil.
Para os que vêem o oriente tão somente como um país de guerras,como uma bomba relógio,prestes a explodir,ou um caldeirão de facções genocidas e suicidas,por uma religião fundamentalista;é generalizar,coisa que não eu sabia ,e talvez alguém que leia o meu blogger também não saiba.O lema da Bandeira turca é YURTTA SULH, CIHANDA SULH,que quer dizer:PAZ EM CASA,PAZ NO MUNDO.
È,difícil,associar esta frase,ao que vemos nos noticiários,mas também,não podemos dizer que eles não lutam pela PAZ,mesmo que não seja através do métodos que lutamos pela nossa.Até mesmo,porque A PAZ,é não é exatamente a ausência de guerras,mas um estado milagroso do nosso espírito.
Um dos provébios mais bonitos e verdadeiros que já ví,vem lá das terras dos meus ancestrais.
"A VERDADE É UM ESPELHO QUE CAIU DAS MÃOS DE DEUS E SE QUEBROU.CADA UM RECOLHE UM PEDAÇO E DIZ QUE TODA VERDADE ESTÁ NAQUELE CACO(provérbio iraniano).Minhas filhas,não herdaram estas coisa,nem tampouco dão valor;talvez,essas histórias morram comigo,ou por ventura de Allah,um descente meu,possa um dia vir a interessar-se por este patrimônio geneológico da nossa família.
assalan Aleikun.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.