domingo, 31 de outubro de 2010
DIA DE FINADOS
Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma.
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?
As minhas lágrimas têm sido o meu alimento dia e noite, enquanto me dizem continuamente: O teu Deus, onde está?
Lembro-me destas coisas-e dentro de mim se me derrama a alma-,de como passava eu com a multidão de povo e os guiava em procissão à Casa de Deus, entre gritos de alegria e louvor, multidão em festa.
Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.
Sinto abatida dentro de mim a minha alma; lembro-me, portanto, de ti, nas terras do Jordão, e no monte Hermom, e no outeiro de Mizar.
Um abismo chama outro abismo, ao fragor das tuas catadupas; todas as tuas ondas e vagas passaram sobre mim.
Contudo, o SENHOR, durante o dia, me concede a sua misericórdia, e à noite comigo está o seu cântico, uma oração ao Deus da minha vida.
Digo a Deus, minha rocha: por que te olvidaste de mim? Por que hei de andar eu lamentando sob a opressão dos meus inimigos?
Esmigalham-se-me os ossos, quando os meus adversários me insultam, dizendo e dizendo: O teu Deus, onde está?
Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.
DIA DAS BRUXAS
Bruxas por trás da caça
Por que mulheres inofensivas como a camponesa ao lado – sem chapéu pontudo e com vassoura só para limpar a casa – foram exterminadas na Idade Média? Fanatismo, alucinações e até comida estragada podem explicar a perseguição às feiticeiras.
Entre os séculos 15 e 17, a Europa estava infestada de bruxas. Disfarçadas e infiltradas entre os bons cristãos, elas adoravam o Diabo em segredo, promoviam rituais malignos e lançavam feitiços e maldições com a ajuda do chefe dos demônios. Na calada da noite, roubavam bebês recém-nascidos e os esquartejavam antes de receber o batismo. Depois, ferviam os corpos mutilados num caldeirão para fabricar venenos e poções mágicas. Quando ofendidas, lançavam maldições terríveis: podiam invocar tempestades e chuvas de granizo, matar pessoas com um simples olhar e transformar suas vítimas em sapos, ratos ou cobras. Nas noites de sexta-feira, as adoradoras de Satanás montavam em vassouras ou cadeiras enfeitiçadas e voavam para o sabá – na superstição medieval, uma espécie de missa satânica realizada em florestas ou montanhas desertas. Nessa noitada diabólica, as bruxas se entregavam a uma maratona de pecados e blasfêmias. Empanturravam-se em banquetes canibalescos, cujo cardápio incluía corações de crianças e carne de homens enforcados. Engatavam orgias onde todas as perversões sexuais imagináveis eram permitidas e encorajadas. Às vezes, o coisa-ruim em pessoa entrava na farra, dançando e amando suas servas na forma de bode preto, gato gigante ou homem-monstro, com 7 chifres na cabeça e um enorme pênis ereto, todo coberto de espinhos.
Os delirantes relatos da página anterior vêm de livros como Martelo das Feiticeiras (1487) e o Quadro da Inconstância dos Anjos Malvados e Demônios (1612), manuais usados para caçar, prender e exterminar as “agentes de Satã”. Durante séculos, esses livros foram levados a sério – e a crença nas bruxas não era vista como superstição, mas artigo de fé. “Acreditar em bruxas é uma parte essencial da doutrina cristã. Duvidar de sua existência é uma grave heresia contra a Santa Igreja”, afirmavam o monge alemão Heinrich Kraemer e o padre suíço James Sprenger, autores de Martelo das Feiticeiras.
Na época de Kraemer e Sprenger, a crença na bruxaria era tão forte que desencadeou uma das perseguições mais brutais que o Ocidente já viu. A caça às bruxas, que atingiu o ápice entre os séculos 15 e 17, foi um capítulo sinistro na transição do mundo medieval para o período moderno. Durante cerca de 400 anos, os governos laicos e as autoridades religiosas da Europa prenderam, torturaram e assassinaram uma multidão de pessoas pelo crime de feitiçaria. Como os registros oficiais da época são muitos confusos, o número exato de vítimas é até hoje um mistério. Alguns historiadores sugerem um total de 200 mil mortos, enquanto outros falam até em 9 milhões. Quase todos eram mulheres, em geral camponesas miseráveis, que viviam sozinhas em pequenos casebres às margens das aldeias. Para sobreviver, elas atuavam como curandeiras, fazendo feitiços, simpatias e remédios naturais. Esse verniz de simplicidade e sofrimento torna ainda mais intrigante o mistério que nenhuma das teorias consegue explicar direito: afinal, por que raios as pessoas começaram a ver naquelas tiazinhas inofensivas bruxas voando em vassouras e dançando peladonas com o Diabo? Para entender isso, precisamos voltar ao início da civilização ocidental e responder a uma outra pergunta:
O que é uma bruxa?
Segundo o Martelo das Feiticeiras e outros manuais da época, bruxa (ou bruxo) era alguém que praticava magia para fins malignos, com a ajuda do demônio. O conceito de bruxaria surgiu na Idade Média, mas outras formas de magia eram praticadas desde a Antiguidade – e nem sempre eram vistas como algo mau. No mundo greco-romano, a palavra mageia designava uma espécie de religião não oficial baseada no culto de deuses ligados à noite e à escuridão. Segundo a crença da época, divindades como Plutão, deus dos mortos, e Hécate, deusa das encruzilhadas e da lua nova, podiam tanto causar doenças quanto curá-las. “As leis romanas condenavam a magia com fins maléficos, pois a enfermidade e a morte freqüentemente eram atribuídas a causas mágicas. Mas a magia com fins benéficos na Grécia e em Roma era considerada lícita e mesmo necessária”, diz o historiador Carlos Roberto Figueiredo Nogueira, da USP, em seu livro Bruxaria e História.
A tolerância virou pó no início da Idade Média. Com a Europa convertida ao cristianismo, os ritos mágicos caíram no enorme balaio de crenças proibidas. Só esqueceram de combinar com o povão, que durante todo o período medieval continuou invocando espíritos, amaldiçoando inimigos e enfeitiçando amantes à revelia dos padres. Com uma diferença: se nos tempos antigos havia magos e magas na mesma proporção, na Europa cristã a bruxaria era monopólio feminino. Não é difícil entender por quê: enxotadas do comando da Igreja (desde o século 2, o sacerdócio cristão era exclusividade dos homens), as mulheres fizeram das práticas mágicas proibidas sua solitária esfera de poder. Entre as figuras mais respeitadas nas aldeias e nos campos – onde viviam 95% da população européia no século 15 – estavam as curandeiras, chamadas de “mulheres sábias” na Inglaterra, França, Alemanha e outros países. “Eram geralmente viúvas ou solteironas, com enorme conhecimento de ervas medicinais. Embora fossem pessoas miseráveis, tinham grande prestígio. Num mundo quase sem médicos, elas serviam como faz-tudo: parteiras, adivinhas, terapeutas”, diz o historiador Henrique Carneiro, da USP.
Passados de mãe para filha ou de tia para sobrinha, os segredos das curandeiras escapavam à compreensão da ciência. De fato, alguns de seus remedinhos eram pra lá de estranhos. Ovos fervidos em urina, por exemplo, eram usados contra picadas de insetos. Pomadas de sêmen de cavalo serviam para provocar a gravidez. Amuletos para atrair o amor, afastar mau-olhado e detectar venenos usavam como ingredientes ratos assados, pele de cobra e dentes humanos, recolhidos no cemitério mais próximo. Bênçãos e rezas também estavam no repertório. Em meio à bizarrice, nem tudo era chute ou superstição. A “magia” dessas mulheres abarcava conhecimentos que depois seriam cientificamente comprovados (veja alguns exemplos no quadro ao lado).
O que nem as curandeiras nem os cientistas podiam prever eram as desgraças que arrasariam a Europa no século 14. Em 1315, catástrofes climáticas destruíram colheitas em toda a Europa, exterminando 20% da população e originando surtos de canibalismo. Décadas depois veio a peste negra – a gigantesca epidemia que varreu um terço dos habitantes da Europa, cerca de 20 milhões de pessoas. Numa época coalhada de superstições, era preciso culpar alguém pelas calamidades. Sobrou para as curandeiras. “Durante as crises, os pobres do campo passaram a descontar sua frustração pelas colheitas ruins ou pela alta taxa de mortalidade infantil sobre aquelas que tinham menos capacidade de reagir – as solteironas e as viúvas, sem maridos ou filhos para protegê-las”, afirma a historiadora americana Anne Lewellyn Barstow, no livro Chacina de Feiticeiras. A fagulha virou incêndio com a radicalização religiosa da Inquisição, movimento cristão de perseguição aos hereges. A caça às bruxas, até então esporádica, foi oficializada em 1484, quando o papa Inocêncio 8o publicou uma bula transformando em hereges todos aqueles que “realizam encantamentos, sortilégios, conjurações de espíritos e outras abominações do gênero”. A sabedoria popular sem respaldo da Igreja passou a ser coisa do Diabo.
Tá todo mundo louco
Embalados pelo frenesi da Inquisição, muitos países incluíram a bruxaria na lista de crimes contra o Estado. A caça às bruxas intensificou-se e fez vítimas como a alemã Walpurga Hausmanin, uma viúva idosa que ganhava a vida como curandeira no vilarejo de Dillingen, no sul do país. Em 1587, seus antigos clientes e amigos a acusaram de matar bebês e dizimar os animais da aldeia (uma simples fofoca mandava pessoas ao calabouço). Walpurga foi presa e levada ao tribunal. Isolada do mundo exterior, não tinha direito a nenhum tipo de defesa. Os juízes examinavam o corpo das vítimas em busca de “marcas do Diabo” – verrugas, sinais de nascença ou simples cicatrizes. Acorrentada e espancada, Walpurga confessou: seus poderes eram dádivas de Satanás. Marcada com ferro em brasa, foi queimada viva em praça pública. Por mais de 200 anos, houve muitas Walpurgas. Pessoas de todas as idades juravam ter visto sabás e muitos admitiam ter participado das orgias. O fanatismo religioso fazia a maioria da população acreditar que o Diabo estava à solta.
Será possível entender racionalmente essa maluquice? Há algumas explicações, nenhuma delas plenamente satisfatória. A mais tradicional vem da psicologia, que classifica a perseguição às bruxas como um período de histeria coletiva, doença caracterizada pela falta de controle sobre atos e emoções. Parece algo muito esquisito? Sim, mas pode rolar até nas sociedades mais liberais. Alguns estudiosos defendem que foi justamente isso o que aconteceu nos EUA da década de 1950, época da paranóia anticomunista – não por acaso, também chamada de “caça às bruxas”. “O medo dos comunistas era tão grande que qualquer intelectual virava suspeito de espionar para a União Soviética”, diz o historiador inglês Nigel Cawthorne em seu livro Witch Hunt (“Caça às Bruxas”, sem tradução no Brasil).
Mas o pânico social não justifica totalmente as descrições detalhadas de vôos noturnos, lobisomens e bailes satânicos. A loucura em massa talvez possa ser explicada pela própria massa – não a humana, mas a do pão. Parece louco, mas é simples: entre os séculos 15 e 17, o principal alimento da dieta européia era o pão feito à base de centeio. Em climas chuvosos e úmidos, como em boa parte da Europa, era comum que os depósitos de centeio fossem atacados por um fungo conhecido como Claviceps purpurea. O Claviceps é um velho conhecido dos viajandões: ele contém um alcalóide chamado ergotamina, que em 1943 foi usado em laboratórios americanos para produzir o LSD. Se essa explicação for correta, dá para concluir que grande parte das pessoas envolvidas no massacre às bruxas poderia estar literalmente delirando, em estado de transe, falando sozinha ou descrevendo visões psicodélicas. Ver assombrações demoníacas e outras cenas seria compatível com esse quadro alucinado de alteração química.
Fogo na corte
A viagem do mal só deu sinais de esgotamento no final do século 16, quando pipocaram as primeiras denúncias de psiquiatras e até jesuítas da loucura coletiva. Mas a caça às bruxas fez vítimas até a metade do século 18. Com as curandeiras exterminadas, a atenção dos caçadores se voltou a qualquer mulher suspeita. A gota d’água veio em 1682, quando a marquesa de Montespan, amante do rei francês Luís 14, foi acusada de satanismo. Sentindo o calor da fogueira muito próximo ao trono, Luís 14 baixou um decreto proibindo a perseguição a bruxas na França. No século seguinte, o rei francês foi imitado por outros governantes. Mas a última execução por bruxaria só aconteceria em 1782 – apenas 7 anos antes da Revolução Francesa, que inaugurou oficialmente a modernidade no Ocidente. Mesmo com suas chamas extintas, a chacina das feiticeiras continua sendo um dos enigmas mais arrepiantes da história.
Sálvia
Por conter o hormônio estrógeno, é uma planta indicada para problemas no ovário e disfunções menstruais.
Esclaréia
É uma espécie específica de sálvia de que se extraem substâncias antiespasmódicas que ajudam, por exemplo, no controle de cólicas.
Hissopo
Planta aromática usada como expectorante, facilitando a tosse para expelir o escarro. Também é usada como antiinflamatório e relaxante de vasos sanguíneos.
Salsa
Suas folhas servem como tempero e sua raiz é usada como diurético (medicamento que facilita o xixi).
Dedaleira
Desta erva produz-se a digitalina, um extrato usado contra insuficiência cardíaca e arritmia. Dependendo da dose, pode ser venenosa.
Centeio
A ergotina, produzida pelo fungo que contamina sua espiga, é usada para amenizar a dor do parto e conter hemorragias. Um de seus alcalóides, a ergotamina, possui propriedades lisérgicas.
Beladona
Planta ornamental usada para tratar espasmos na laringe e nas cordas vocais.
(Texto extraído da SUPERINTERESSANTE).
sábado, 23 de outubro de 2010
ESPIRITO SANTO ORE POR MIM
Espírito Santo ore por mim
Leve pra Deus tudo aquilo que eu preciso
Espírito Santo use as palavras
Que eu necessito usar mas não consigo
Me ajude nas minhas fraquezas
Não sei como devo pedir
Espírito Santo
Vem interceder por mim
Todas as coisas cooperam pra o bem
Daqueles que amam a ti
Espírito Santo vem orar por mim
Estou clamando, estou pedindo
Só Deus sabe a dor que estou sentindo
Meu coração está ferido
Mas o meu clamor está subindo.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
MÃOS QUE ESCREVE.
O ato de escrever é em tudo uma dualiade,tanto quanto a fala.Edifica ou destroi,denuncia e anuncia,informa,aliena,tranforma,condena,absorve e envolve ;a quam escreve,a quem ler.
Escrever é um prazer,ou um dever,ambos cheios de responsabilidades segundo cada qual que expoê muitas vezes sua prórpria alma desnuda á revelia de pensamentos ou conceitos alheios.
Escrever,é uma imperatividade daquilo que muitos chamam de inspiração do ser.Olho para minhas mãos que escrevem como um instrumento cortante da minha minha prória essência imbuida do meu livre arbítrio .
Escrever é um saber de que que suas palavras ficarão eternizadas mesmo quando um dia a voz se calar.
Escrever á por último um ato de amor.Lord Byron,um dos maiores romancista e escritor de todos os tempos,afirmou:NADA ESCREVÌ QUE PRESTASSE ATÉ ESTÁ APAIXONADO.
Escrever é um ato de paixão pela VIDA COMO QUE ELA É.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
VOVÓ CORUJA.
Sempre fiquei curiosa com essas desfinições tipo: pai ou mãe coruja,avô ou avó coruja...
Mas o que haveria entre os paparicos aos filhos e netos com a coruja?
Conta-se que o cumpdre gavião era muito amigo de sua cumadre coruja e estava falando pra ela que ia sair pra caçar pois estava faminto.A coruja ficou apavorada com tal notícia porque tava com uma ninhada de filhotes ,então ,encarecidamente rogou ao seu cumpadre gavião:_Cumpadre,quando sair pra caçar,por tudo quanto é mais sagrado,não coma os meus filhinhos.
O gavião então,em nome da amizade perguntou:_mas cumadre coruja,e como vou saber quais são seus filhotes?_A coruja de imediato respondeu:_Ô meu cumpadre,é só prestar atenção e vai logo saber,porque são os filhotinhos mais bonitos de toda a floresta.
ESTE É MARCUS VINÍCIUS O Bebê mais lindo do mundo.E tenho dito.
O LIVRO MAIS LINDO QUE JÁ LÌ.
Dialogo entre a raposa e o pequeno principe
E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia – disse a raposa.
- Bom dia – respondeu educadamente o pequeno príncipe, que, olhando a sua volta, nada viu.
- Eu estou aqui – disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? – perguntou o principezinho. – Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa – disse a raposa.
- Vem brincar comigo – propôs ele. – Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo – disse a raposa. – Não me cativaram ainda.
- Ah ! desculpa – disse o principezinho.
Mas, após refletir, acrescentou:
- Que quer dizer “cativar”?
- Tu não és daqui – disse a raposa. – Que procuras?
- Procuro os homens – disse o pequeno príncipe. – Que quer dizer “cativar”?
- Os homens – disse a raposa – têm fuzis e caçam. É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas?
- Não – disse o príncipe. – Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
- É algo quase sempre esquecido – disse a raposa. – Significa “criar laços”...
- Criar laços?
- Exatamente – disse a raposa. – Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender – disse o pequeno príncipe. – Existe uma flora... eu creio que ela me cativou...
- É possível – disse a raposa. – Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! Não foi na Terra – disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito – suspirou a raposa.
Mas a raposa retornou o seu raciocínio.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens também. E isso me incomoda um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e observou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! – disse ela.
- Eu até gostaria – disse o principezinho –, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou – disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
– Que é preciso fazer? – perguntou o pequeno príncipe.
– É preciso ser paciente – respondeu a raposa. – Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás um pouco mais perto...
No dia seguinte o príncipe voltou.
- Teria sido melhor se voltasses à mesma hora – disse a raposa. – Se tu vens, por exemplo, às quatros da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mas eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!
Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso que haja um ritual.
– Que é um “ritual”? – perguntou o principezinho.
– É uma coisa muita esquecida também – disse a raposa. – É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, adotam um ritual. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira é então o dia maravilhoso! Vou passear até à vinha. Se os caçadores dançassem em qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu nunca teria férias!
Assim o pequeno príncipe cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua – disse o principezinho. – Eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis – disse a raposa.
- Mas tua vais chorar! – disse ele.
- Vou – disse a raposa.
- Então, não terás ganho nada!
- Terei, sim – disse a raposa – por causa da cor do trigo. Depois ela acrescentou:
- Se tu vens, por exemplo, às quatros da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz!
(Trecho do livro O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupéry
CrÔNICA DO AMOR...PERFEITA!!!
Crônica do Amor
Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
(Arnaldo Jabor).
terça-feira, 19 de outubro de 2010
ARTEZANATO OU ARTE?
Levei um tempo para diferenciar ARTEZANATO de ARTE;foi somente quando fazia o magistério que vim de fato compreender melhor.Artesanato é o que se pode fabricar em série,enquanto a OBRA DE ARTE é uma peça única jamais repetida pelo artista.Daí,os grandes colecionadores que até pagam a ladrões ",profissionais"para ter uma Obra de Arte em seu acervo particular.Compreendi também,que o artista faz a obra por inspiração,como um instrumento de algo maior e portanto jamais repete o que esculpiu ou pintou...No entanto,é possível para uma pessoa hábil,copiar uma obra de maneira quase igual a original,a ponto de confundir os mais entendidos no assunto como por várias vezes aconteceu na história da Arte.
Então,saúdo o Artistas e os Artesãos(ãs);A Leonardo da Vinci com sua MONALISA tão permeada de mistérios á Mestre Vitalino com seus bonecos de Caruaru para o mundo.Porém,nesse aprendizado em diferenciar artezanato de Arte,algo me levou a uma reflexão imensamente profunda,a respeito de nois mesmos como OBRAS de ARTE do nosso criador.Deus nunca se repetiu uma obra,nem mesmo nos gêmeos homozigotos,pois se diferenciam nos hábitos, personalidade e carater e alguma pinta no corpo,ou marca que difere um do outro.Cada um de nós traz em si a marca única,singular desse Artista (in)copiável.Nem mesmo os cientistas mais ousados,conseguiram obter sucesso com a clonagem porque as células tinham vontade própria e a ovelha Dolly morreu de" velhice ainda criança".
E Se parássemos pra refletir r sobre a nossa importância nesse mundo?como OBRAS de ARTE?E se penssásemos que o OUTRO também é OBRA de ARTE?E se déssemos mais valor as nossas vidas e respeitássemos o nosso corpo sem agredi-lo com qualquer tipo de coisas que danifiquem sua estrutura física ou mental?Quantas agressões já causamos a esta obra de arte que somos nois mesmos e que Deus fez com tanto capricho e que nunca mais existirá outra igual!!!
Penso na beleza de ser de cada um,pessoas,cada uma com seu jeito,gestos,palavras,atitudes e que nos encantam sobre maneira que marcam nossas vidas para sempre.A música que me vem a mente é a de Gonzaguinha:O que é o que é?è a vida,é bonita é é bonita sim.E o valor de cada um de nois é imenso ,é intenso pelas emoções que todos os dias experimentamos,mesmo sendo oscilantes,já que a filosofia atesta que a tristeza existe para que a alegria a dissipe e consequentemente todas as emoções e sentimentos ambíguos de chegada e partida,intriga e perdão,saudade e reencontro,ódio e amor...
Já dizia Gandhi ,que : A ARTE DE VIVER CONSISTE EM FAZER DA PRÓPRIA VIDA UMA OBRA DE ARTE.
OBS :O tapete acima foi feito por mim,é de barbante na técnica do croché e é arteZanato.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
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